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A invasão russa à Ucrânia continua e a pergunta permanece: existe um certo e errado nesse conflito?

São muito fatores a serem analisados, e não necessariamente tem de se escolher um lado a defender, senão o da população assolada, visto que os interesses do estado se sobrepõem à vida dos indivíduos, mas os representantes do próprio estado preservam sua vida acima de qualquer coisa.

Um exercício muito bom para se desprender da bipolaridade que reduz a profundidade da situação é pensar o seguinte: escolha um lado na Primeira Guerra Mundial. Obviamente que esse conflito entre Rússia e Ucrânia não é no mesmo contexto que o da Primeira Guerra, mas a questão é que no final de tudo o conflito serviu para decidir quem iria saquear o mundo.

A disputa protagonizada por Inglaterra e Alemanha visava decidir os espólios da África e a liderança no desenvolvimento econômico. Como sabemos, a Inglaterra venceu. Mas veja que não necessariamente é preciso simpatizar com os interesses ou com atitudes do estado em si, mas se compadecer dos combatentes que deram suas vidas para que majoritariamente velhos ricos ficassem mais ricos ainda.

O que acontece com a Ucrânia, entretanto, é diferente, visto que sua soberania nacional foi absolutamente desrespeitada com a invasão russa a seu território por questões geopolíticas (com a suposta consideração da entrada da Ucrânia na Otan) – com o agravante de a Rússia ter dito anteriormente que não iria invadir a vizinha.

Mesmo que a Rússia já tivesse uma pré-disposição à antipatia por partes dos ocidentais decorrente da constante propaganda anticomunista que se criou, e mesmo que assumidamente não seja mais uma nação socialista, o imaginário popular já trabalha com a associação negativa à imagem russa. Não há como criar um juízo coerente com inclinações predispostas.

A Ucrânia tem sim seu direito de participar da Otan, como nação soberana, contudo é antiético por parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte, tendo em vista todas as promessas feitas para a União Soviética na década de 90, se expandir para o leste com todo o histórico de tensões que tem e teve com os EUA.

As alegações da Ucrânia que corredores humanitários não estariam sendo respeitados, perseguição de civis por militares russos e outros crimes de guerra que a mídia internacional denuncia são motivos de repúdio total, Vladimir Putin não deve ser exaltado.

No entanto, ser conivente com o estado ucraniano, que utiliza abertamente de neonazistas acusados de crimes gravíssimos, não é algo a se compactuar. A Ucrânia é o único país do mundo a ter nazistas assumidos em suas fileiras de combatentes, como o Batalhão de Azov, cujo líder foi abatido recentemente por tropas russas.

Ultranacionalistas que lutam por uma supremacia racial branca com ênfase na pureza ucraniana têm sido armados e financiados descaradamente por diversos países ocidentais. É tragicamente irônico o fato de Israel contribuir nessa logística.

Acusações de sabotagem por parte desses grupos paramilitares neonazistas para incriminar soldados russos também são relatados.

A grande questão com o neonazismo é que precede esse conflito. Bem antes da Rússia invadir a Ucrânia, grupos paramilitares nacionalistas já foram englobados à guarda nacional ucraniana. Ser conivente com um estado que se utiliza de terrorismo nazista, com apoio bélico e financeiro de grandes potências realmente parece coerente?

No final, a seriedade e os motivos que movem e envolvem esse conflito não são rasos para determinamos um bem e outro mal. Não há heróis que fazem suas populações sofrerem. O mais coerente é analisar os fatos e ficar do lado dos refugiados e da população, pois essa sim é a grande vítima: não pediu por isso, não tem interesse geopolítico nem econômico no acordo de ricaços que estão no poder há anos e ainda tiveram de abandonar toda sua vida para trás por culpa desses mesmos. Solidariedade a toda população ucraniana sim, mas os estados não estão preocupados com isso.

Veja mais informações no vídeo abaixo:

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