Diretora de mídias sociais do Tinder entre 2012 e 2014, a americana Whitney Wolfe Herd foi demitida do cargo depois de reclamar do suposto machismo de seus colegas. Wolfe chegou a processar o Match Group, que é dono do aplicativo de relacionamentos, mas acabou fechando um acordo fora dos tribunais com seu antigo empregador para colocar um ponto final na disputa que deu o que falar no Vale do Silício, e que também lhe rendeu, segundo estimativas, uma indenização de pelo menos US$ 1 milhão (R$ 5,3 bilhões).
A executiva de 31 anos então usou o dinheiro para fundar o Bumple, um concorrente do Tinder mais voltado para as mulheres e no qual somente elas podem fazem o primeiro contato, que logo se tornou um sucesso. Hoje com mais de 55 milhões de usuários em todo o mundo, o Bumple agora se prepara para estrear na bolsa eletrônica NASDAQ no primeiro trimestre de 2021.
Wolfe vendeu uma fatia majoritária do Bumple no fim do ano passado para a gestora de investimentos Blackstone, em um negócio que deu ao chamado “Tinder feminista” um valor de US$ 3 bilhões (R$ 15,9 bilhões). Mas, apesar da entrada em cena de um sócio poderoso, o cargo de CEO da companhia ainda é dela, e portanto sua abertura de capital também estará sob seu comando.
Com a expectativa de chegar aos 100 milhões de usuários até a data de seu IPO (oferta pública de ações, na sigla em inglês), o Bumple espera que seu valor de mercado em bolsa fique entre US$ 6 bilhões (R$ 31,8 bilhões) e US$ 8 bilhões (R$ 42,4 bilhões). Seria o suficiente para tornar Wolfe em bilionária, o que seria uma vingança e tanto. Em entrevistas, no entanto, ela tem dito que seu maior objetivo é criar um ambiente de trabalho saudável e próspero para todos, e evitar que outros passem pelo que passou. (Por Anderson Antunes)
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