Anna Wintour que se prepare, porque o livro de memórias que seu outrora fiel escudeiro de décadas André Leon Talley vai lançar em setembro não lhe será nem um pouco elogioso. Como é de praxe nos Estados Unidos, algumas partes da obra intitulada “The Chiffon Trenches” (“As Trincheiras de Chiffon”, em tradução livre) já estão sendo enviadas para as publicações mais hypadas do país, e de todas as que mais chamam atenção são aquelas em que Talley, que foi o principal aliado da editrix no comando da “Vogue” americana durante décadas até ser demitido em 2018, a chama de “um ser humano incapaz de ser bondoso” e afirma que Wintour o rifou da publicação por considerá-lo “muito velho, muito gordo e muito sem graça”.
Talley, de 70 anos e conhecido por também ser exigente além da conta com seus subordinados, sempre teve problemas com a balança, e em uma entrevista que deu para Oprah Winfrey em meados dos anos 2000 ele revelou que a ex-chefe, que nunca foi muito fã de pessoas com alguns quilinhos a mais, vivia chamando sua atenção por isso. E, coincidência ou não, quem o substituiu na bíblia da moda foi a YouTuber Liza Koshy, de apenas 22 aninhos.
O comentário em Nova York é que a fashionista número um já está a par das queixas relatadas por Talley em sua autobiografia no melhor estilo “conta tudo”, e estaria “arrasada” com o que considera ser uma “punhalada pelas costas”. Mas não custa lembrar que livros a respeito da forma que Wintour supostamente age no ambiente de trabalho costumam agradar os leitores dos EUA e até de outros países, e vez por outra ganham até adaptações para a telona, como foi o caso de “O Diabo Veste Prada”, escrito por Lauren Weisberger, ex-assistente dela, que virou filme indicado ao Oscar com um elenco encabeçado por Meryl Streep e Anne Hathaway e “ponta de luxo” de Gisele Bündchen. (Por Anderson Antunes)