Filha de banqueiro e ex-mulher de Bryan Ferry, líder da banda Roxy Music, entre 1982 e 2003, Lucy Ferry nunca gostou de ser famosa. “Na minha família, você só aparecia nos jornais quando nascia, casava e morria”, a socialite de Londres que se tornou musa do fotógrafo Robert Mapplethorpe reclamou certa vez sobre o fato de ter sido uma das personagens favoritas da imprensa de celebridades em seus anos de glória.
Longe dos holofotes há tempos, Lucy voltou a virar notícia nesta semana, mas por um motivo trágico: ela foi encontrada morta na última segunda-feira, aos 58 anos, em uma pousada no litoral da Irlanda onde havia feito check-in dias antes com suas três inseparáveis pets, as cachorrinhas Daisy, Peg e Daphne. A família não confirma, mas segundo o “Daily Mail” a ex-modelo tirou a própria vida depois de anos de batalha contra a depressão.
Lucy era bastante próxima de Annabelle Neilson, outra vítima da doença que cometeu suicídio na semana passada. O pai dela, Patrick Helmore, foi um dos principais executivos do Lloyd’s of London nos anos 1970, mas a vida de filhinha de papai nunca a seduziu. Na juventude, sua rotina incluía eventos de moda e desfiles para nomes como Christian Lacroix, Manolo Blahnik e Philip Treacy, os três fãs declarados dela e da sua elegância sem excessos.
A fama veio no começo dos anos 1980, quando Lucy posou para a capa do álbum “Avalon”, lançado por Ferry e seus colegas do Roxy Music. Ex de Jerry Hall, que o trocou por Mick Jagger, o músico logo pediu a mão da beldade em casamento e juntos eles tiveram quatro filhos: Otis, Isaac, Tara e Merlin. Mas o romance não sobreviveu às puladas de cerca de ambos e o inevitável divórcio se tornou realidade em 2003.
Daí em diante, ela se fechou e limitava ao máximo suas aparições públicas. Nem mesmo o casamento com o empresário Robin Birley três anos mais tarde mudou isso – filho de Mark Birley, um dos reis da noite da Europa, Robin era presença constante em clubes e raramente conseguia convencê-la a acompanhá-lo nessas badalações.
“Nunca quis chamar atenção”, ela disse em 2011 em uma das poucas entrevistas que concedeu nos últimos anos, para o “The Guardian”, na qual comentou sua opção pelo ostracismo. “Nunca quis me revelar por inteiro para o resto do mundo e, pra falar a verdade, nunca tive mesmo muito o que revelar”. (Por Anderson Antunes)
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