Heni Ozi Cukier é cientista político e professor de relações internacionais na ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing). O jovem professor, de 33 anos, que também é consultor, tem chamado a atenção de empresários e políticos, por tratar de temas polêmicos como o curso “Guerra e Paz: as origens dos conflitos e as condições para a paz", que começa nesta quarta-feira, na unidade do Itaim, da Casa do Saber. Heni conversou com o Glamurama.
Além de dar aulas, você faz consultoria e é especialista em guerras, tema não muito comum em cursos no Brasil. Pode explicar um pouco da sua trajetória?
"Eu morei sete anos nos Estados Unidos, na Flórida, em Washington e Nova York. Minha formação acadêmica é toda de lá, onde fiz mestrado em conflitos internacionais. Lá, essas questões são discutidas normalmente. Muito jovem fui trabalhar no Conselho de Segurança da ONU. Que já não é o que a gente imagina, e sua atuação se tornou restrita. Notando isso, tive a ideia de voltar ao Brasil para abrir meu negócio de consultoria."
E como funciona a sua consultoria?
"Trabalho na área de responsabilidade social e sustentabilidade, desenvolvendo políticas e estratégias para empresas nestas áreas. Entendi, na minha experiência na ONU, que existem outras maneiras de se contribuir para o bem coletivo. Nos Estados Unidos, só o Bill Gates – dono da Microsoft – doou US$ 35 bilhões. No Brasil, o valor do investimento social privado é ainda de apenas US$ 7 bilhões por ano. O que me motivou é a maneira de ver isso como oportunidade de negócio, um capitalismo filantrópico. A minha ideia é criar oportunidades de mercado, interesse das empresas."
Na questão da resolução de conflitos, o que você tem para dizer sobre isso no Brasil?
"Trabalhei como consultor político em conflitos na Colômbia e no Oriente Médio, e acabei lidando com a faceta mais cruel do ser humano. Mas, a minha visão é mais pragmática. O Brasil não é nada pacífico, morre muito mais gente aqui do que em países em conflito. Porém, no nosso país, a violência vem da criminalidade. O Brasil, como Estado, está em construção e a segurança é uma questão crucial, e por isso, a sociedade brasileira tem que participar do debate."
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