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Gisela Halim

Por Anita Pompeu para a Revista Joyce Pascowitch de junho

Seja pela aparência, figurino, temperamento ou algum hábito um tanto diferente, há sempre alguém que foge do lugar-comum e rouba a cena por onde passa. A seguir, cinco mulheres que chamam a atenção pela dose (extra) de excentricidade.

Isadora Krieger

SUJEITO OCULTO

A excentricidade da escritora Isadora Krieger vai muito além da aparência. Tudo bem que ela costuma atrair olhares na praia, “afinal, sou muito magra, branca e toda tatuada”, mas a verdade é que até nas palavras a moça consegue imprimir seu jeito, digamos, singular de ser. Prestes a tirar do forno seu primeiro livro, um romance, Isadora conta que adotou uma linguagem diferente e um tanto ousada em sua obra: “É um livro com uma escrita não linear e totalmente experimental”, relata. Gêmea da irmã Carolina, a moça lembra que desde pequena se sentia diferente. Influência da mãe, que, muito ligada em moda, não deixava de ousar nas roupinhas das filhas, que sempre chamaram a atenção.

 

Geanine Marques

SOU MAIS EU

Com 1,79 metro de altura e 52 quilos, Geanine Marques, vocalista da banda Stop Play Moon, rouba a cena por onde passa – seja pelo corpo esguio ou pelo rosto de traços fortes e marcantes. “Nunca me achei uma criança bonita, mas sempre fui muito confiante. Talvez seja por isso que nunca sofri bullying na escola”, conta. Seu visual, um tanto fora do comum, rende reações e consequências distintas e até antagônicas. Um exemplo? Ao mesmo tempo em que virou a musa fashion do estilista Alexandre Herchcovitch – a primeira vez que desfilou para ele foi em 1993 –, Geanine conta, com o maior bom humor, o tanto de críticas negativas que recebeu via Twitter após uma apresentação musical no programa Som Brasil, da Globo. Mas, confiante, não titubeia ao afirmar: “Gosto do que vejo no espelho!”.

 

Renata Sarti

 SORRIA, MEU BEM, SORRIA

Quem acompanha a moda e a vida noturna paulistana, com certeza estranhou a foto acima. É que a gestora da marca Lilly Sarti, Renata Sarti, definitivamente não aparece em fotografias sorrindo. Nunca. “Quero que vocês me mandem essa foto porque será a única que tenho assim”, pede, muito educada e com ar de satisfação pelo resultado. Talvez a explicação para o estranho hábito seja simplesmente a timidez da moça, que se considera muito introspectiva e calma – ah, e dona de uma virtude ímpar: “Escuto muito mais do que falo”. Mas não é porque faz a linha séria que Renata dispensa boas risadas. Muito pelo contrário: “Quando estou com meus amigos, rio muito! Aliás, gosto de pessoas divertidas perto de mim. É um ponto fundamental para se conviver comigo”, entrega.

Gisela Halim

SEM LENÇO, SEM DOCUMENTO

 “Sou de ascendência excêntrica! Minha mãe me fantasiava de pastora da Provence nas festas caipiras.” “Quando todo mundo ia para o Guarujá e para Campos do Jordão, nós íamos para o Taiti”, emenda Gisela Halim. Sócia de Renato De Cara no brechó e antiquário Sala das Pulgas, em São Paulo, ela é inegavelmente diferente. Ou melhor: esquisita, como a própria se define. Exemplos não faltam para comprovar tal excentricidade. É surfista – “mas só pego jacaré” –, nada 5 mil metros todos os dias e acorda às 5 da manhã diariamente – e ai se os jornais não estiverem em frente à porta. E mais: Gisela não usa bolsa, já que todos os seus vestidos têm bolso e não larga as Havaianas. Irreverente, ela lembra os dias que passou em um dos hotéis mais tops de Paris usando apenas… chinelos! “Fui um pouco discriminada”, admite, enquanto corre atrás dos seus melhores companheiros: os poodles Felipa e Nagib, o Bibi.

Adriana Recchi

DAMA DA NOITE

Adriana Recchi é mais uma prova de que as aparências podem, sim, enganar. Membro do coletivo feminino de DJs De Polainas, essa paulistana chama a atenção pelas constantes superproduções que elabora para enfrentar a labuta, seja como deejay ou hostess de festas. Para essas ocasiões, a moça não dispensa a trinca batom vermelho, escarpim e figurino ousado – quase sempre inspirado nas garotas dos calendários dos anos 1950 e nas pin-ups. Mas a verdade é que Adriana é muito mais comum do que aparenta. “Sou tranquila, calma, caseira e adoro ficar com a família”, desmistifica-se. Por outro lado, entende que, para muitos, sua maior esquisitice é mesmo o fato de trabalhar à noite, enquanto o mundo dorme para enfrentar o dia. “As pessoas acham que isso não é trabalho e acabam estranhando”, explica.

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