Depois de um ano de pandemia, incertezas, isolamento, e uma série de questionamentos sobre o que será de nós, os especialistas começaram a decifrar os impactos na saúde mental da população. O sociólogo americano Corey Keyes e o psicólogo organizacional norte-americano Adam Grant estudaram o comportamento das pessoas e perceberam que muitas delas não estavam deprimidas, mas também não estavam felizes. Foi aí que surgiu o languishing, que em português significa definhamento. O termo define as pessoas que não se encaixam nos quadros de depressão e ansiedade, mas que relatam a falta de alegria e de objetivos, estagnação e vazio.
Segundo o especialista, o languishing surgiu porque no começo da pandemia o cérebro ativou o sistema de detecção de ameaças e passou a “trabalhar” em alerta máximo. Com o passar do tempo, as pessoas começaram a se prevenir (máscara, álcool em gel, distanciamento social), e esse “estado de alerta” do cérebro foi substituído por esse que fica entre a depressão e o bem-estar. Nestes casos, não há sintomas de doença mental, mas uma diminuição considerável da motivação e da capacidade de concentração, além de reduzir o rendimento no trabalho. O que isso pode gerar no futuro da sociedade? O estudo encabeçado pelo sociólogo afirma que em uma maior probabilidade de depressão grave na próxima década. Para os especialistas da psicologia e da psiquiatria ouvidos pelo “New York Times”, para controlar as emoções é preciso antes de tudo definir um nome para elas.
E a recomendação dos profissionais para sair dessa é bem conhecida por todos, limite. Tirar um tempo para si mesmo sem interrupções e buscar experiências que te ajudem a se concentrar.
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