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Especialista em temas como tecnologia, mídia e propriedade intelectual, o advogado e apresentador Ronaldo Lemos estreia, no próximo dia 11 de dezembro, às 21h, a 7ª temporada de Expresso Futuro no Canal Futura e com exibição pelo Globo Play.

Nos seis episódios da série, a tecnologia na região Amazônica desperta questões sobre as riquezas tecnológicas, porém orgânicas, vindas da floresta e criadas no entorno dela, além, claro, de discussões sobre a chegada e rápida disseminação da Starlink, empresa de conectividade rápida de baixa órbita do bilionário Elon Musk. Confira!

Do ponto de vista da exploração de dados, como você avalia a chegada de tecnologias de conectividade na região Amazônica? Quais são os maiores desafios nesse campo?

Primeiro, é preciso comemorar. Conectar uma região tão grande como a Amazônia não é algo fácil de fazer. Então, a perspectiva de ter conexão em qualquer lugar da região é algo incrível. Vai permitir que comunidades isoladas tenham a oportunidade de estudar, projetar sua cultura para o mundo, usar o Pix e muito mais. Ao mesmo tempo, não podemos nos contentar com um só provedor, no caso, a Starlink. O Brasil precisa agir logo para ter mais provedores de conexão na região, incluindo locais, até por razões de segurança nacional.

Partindo da economia do conhecimento, quais tecnologias mais chamaram sua atenção na região? Fale sobre a simplicidade da tecnologia que não é “tech”.

Tem um laboratório na Universidade Federal do Amazonas desenvolvendo um band-aid cirúrgico a partir de plantas da região. A mesma universidade tem um laboratório de ciência da computação que presta serviços para startups de todo o Brasil. A Universidade do Estado do Amazonas também possui um laboratório de desenvolvimento de games. São muitos exemplos. Mas as tecnologias ancestrais e tradicionais também são muito importantes. Nesse sentido, uma delas é a capacidade de viver em conexão com o ambiente em que estamos. Por exemplo, povos do alto do Rio Negro consomem algumas espécies de formiga, que são inclusive deliciosas e funcionam como tempero para os alimentos. Muita gente olha para isso e acha que é exótico. No entanto, exótico é a gente comer comida industrial ultraprocessada, da qual não se sabe a procedência e nem o que é aquilo. Viver em sincronia com o ambiente, alimentando-se com o que existe ali, é uma lição que perdemos há muito tempo.

Como foi assistir ao início da crise seca num dos maiores rios do mundo? Há discussões na região Amazônica sobre como a tecnologia pode ajudar a preservar os rios e os recursos naturais?

Fiquei chocado. Voltei a lugares onde filmei no meio do Rio Negro, com um volume de água gigantesco, e esses lugares estavam secos, com flutuantes no chão. A seca na região ocorre todos os anos, mas desse jeito ninguém nunca viu. A região Amazônica está sofrendo muito com o aquecimento do planeta. No Brasil, é a região que mais emite carbono, devido ao desmatamento. Um caminho é mudar a rota do desenvolvimento. Abraçar a economia do conhecimento, especialmente agora com a chegada da conectividade, como forma de proporcionar oportunidades econômicas para as pessoas. Se as pessoas tiverem oportunidades, não vão desmatar a floresta.

Fotos: divulgação

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