O pessoal de Wall Street ainda não entendeu direito o que levou Warren Buffett, o maior investidor do mundo, a vender ações do Goldman Sachs na semana passada e, aparentemente, usar o que embolsou com o negócio para comprar papeis da Barrick Gold Corp., a maior multinacional mineradora destinada à extração de ouro do mundo. Isso porque Buffett sempre defendeu a ideia de que bancões como o Goldman Sachs sempre serão portos seguros de grandes investidores como ele em tempos de crise como a atual. Além disso, também chamou atenção o fato de que o sétimo homem mais rico do mundo se desfez da quase totalidade das cerca de 2 milhões de ações do Goldman que possuía até então.
Não bastasse tudo isso, Buffett, de 89 anos, já disse no passado que investimentos em ouro são “inúteis”, e que os marcianos provavelmente assistem incrédulos os terráqueos que enxergam o metal precioso como uma forma de proteger seus patrimônios. Seja lá o que o levou a mudar de opinião, o bilionário também cortou sua participação no JPMorgan Chase em 61% nos últimos dias, vendeu mais de um quarto de sua fatia no Wells Fargo no mesmo período mas por enquanto ainda mantém as 245 milhões de ações do Bank of America que lhe garantem 12% do capital do banco, atualmente o maior gestor de fortunas do mundo.
Chamado de Oráculo de Omaha, em alusão a esse seu comportamento imprevisível e ao nome da cidade onde fica a sede de sua holding, a Berkshire Hathaway, Buffett vira e mexe chacoalha os mercados com suas movimentações financeiras. E até agora foram raras as vezes em que o maior acionista individual da The Coca-Cola Company deu um tiro no pé, muito pelo contrário. Geralmente o que acontece é que a turma do dinheiro, mesmo sem saber muito bem o destino dele, o segue de olhos fechados nessas ocasiões, tanto que muitos compraram ações de aéreas logo no começo da pandemia como fez seu ídolo, só para ouvir o próprio Buffett admitir mais tarde que estava errado nesse caso. (Por Anderson Antunes)