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Emicida é definitivamente uma das grandes mentes desses tempos. Rapper e multimídia, além de mandar a real por meio de sua música, ele comanda a Laboratório Fantasma, um hub, uma experiência social, mix de gravadora, selo musical, estúdio, marca de roupas e até TV. Também lançou recentemente a plataforma de conteúdo Amarelo Prisma. Ou seja, o cara tem muito a dizer e a acrescentar em diferentes áreas e veículos. Por essas e outras, ele foi o convidado de Joyce Pascowitch para a live dessa quarta-feira. “Não aguento mais ser testemunha da história”, desabafo de Emicida nas chamadas do programa Papo de Segunda, do qual participa ao lado de Fabio Porchat, João Vicente Castro e Francisco Bosco, que virou bordão de muita gente nesses tempos loucos. “Viver todos esses momentos de tensão, de desgaste, de batalha… nossa senhora, tô exausto!”, dispara ele, sempre bem humorado. Confira aqui alguns dos melhores momentos desse papo que vai de pandemia ao racismo, passando por infância, religião, mulheres e :

Testemunha da história

“Olha o Brasil agora… essa semana teve ciclone. Não tem ciclone no Brasil, alguém avisa o roteirista que não faz sentido! Entrei na internet e vi lá que ia ter o ministro da Educação, aí não vai ter mais porque o currículo do ministro da Educação não era de verdade. Aí pisquei o olho, tinha uma notícia que a primeira-dama roubou um cachorro! Aí aparece um vídeo de Florianópolis de um ciclone arrancando uma árvore, caiu um raio, explodiu um poste e uma nuvem de gafanhotos que tava chegando no Brasil, mas o Brasil tá tão zoado que o Waze deles recalculou e eles foram parar no Uruguai. Cara, vou voltar pro mundo analógico onde a vida fazia sentido. Não aguento mais presenciar todas essas coisas. Quero ver isso no livro. Me passa o resumo depois.”

Como tudo começou

“Quando pequeno não imaginava que o mundo seria assim. Não tinha uma imaginação tão distante. O Sabotage disse uma vez ‘meu sonho era trabalhar de office boy até os 90 anos’… e o meu também (rs). Lembro que ficava olhando os classificados e achava que quem ganhava 700 reais por mês era milionário. Só queria ganhar 700 reais por mês. Aí veio o hip hop que me trouxe uma perspectiva mais macro. Me tirou do eu e ofereceu em troca o nós, uma experiência coletiva. Antes tinha uma visão de que todos os problemas que eu enfrentava eram só meus… Elisa Lucinda fala uma coisa que é incrível: ‘Às vezes a gente tá tão ferrado que acha que é pessoal de Deus com a gente’. Eu achava isso mesmo, que era só comigo. A vida era muito difícil e na quebrada muitas vezes a gente apanha calado, não fala pra ninguém. Não tinha essas discussões que hoje acontecem muito mais frequentemente, de enxergar o coletivo.”

Mundo melhor

“A gente precisava aprender a tratar da solidariedade sem esperar ter um abismo na nossa frente. Essa pequena conquista podia mudar o planeta. A melhor forma para ter um mundo melhor é se conectar com quem é diferente da gente, fazer pontes. O que é essa tragédia que chamamos de genocídio negro que continua em curso? É um grande desperdício de pessoas com potencial incrível. O que é o coronavírus? Pra mim o coronavírus é o carro abre-alas da era das consequências. Tem um monte de coisas pelas quais a gente não se responsabilizou nos últimos  anos, questões ambientais e humanitárias. Agora acabamos de virar a primeira esquina do século XXI e demos de cara com um monstro. Essa é a urgência!”

Religião

“Sou um pouco judeu. Judeu sefardita. Fui fazer um exame de DNA e descobri que sou 20% judeu. Esse ano até comemorei o Pessach. Tem muito de nós em diferentes lugares. O mundo é muito complexo e difícil de entender hoje. A religião, há milênios, foi uma tentativa de explicar o grande mistério que é a vida do homem. Gosto da fé e acho que tem que acreditar. Isso é inerente à nossa existência.”

Quarentena

“Cuido da horta, faço queijo, desenho… Minha relação com a horta não é de hoje. Tenho uma horta grandona. Não é igual a da Oprah, que é de perder de vista (rs). Aí comecei a ler sobre leite. Fui que fui. Sismei de fazer queijo. Encontrei até um senhorzinho que tem umas vaquinhas que vende leite cru, tirado na hora. Aí acertei e estou bom nisso. Tenho futuro no ramo de laticínios (rs). Pra mim é como uma terapia, um tipo de meditação…Também tô fazendo um EAD de ilustração. Sempre gostei de desenhar. Me aguarde!”

Play pra assistir a live completa:

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