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Ian Goodfellow
Foto: Ian Goodfellow, CC BY-SA 4.0 , via Wikimedia Commons

O burburinho do momento no Vale do Silício é o pedido de demissão inesperado que Ian Goodfellow, um dos executivos mais conhecidos na região da Califórnia que abriga muitas das sedes das maiores empresas de tecnologia dos Estados Unidos, entregou dias atrás para a Apple, sua empregadora desde 2019.

Desde então diretor de projetos especiais e aprendizado de máquina (“machine learning”, em inglês, ou simplesmente ML) da companhia, o renomado executivo atuava nela como uma espécie de desbravador de novas tecnologias e produtos, mesmo cargo que exerceu em seus empregos anteriores no OpenAI, um laboratório de pesquisas sobre inteligência artificial (IA), e no Google Brain, um braço do departamento de IA da Alphabet, a holding que é dona do Google.

Praticamente “roubado” dessa última há três anos pela Apple, Goodfellow, que é formado em Ciências da Computação pela Stanford University, optou por deixar o quadro de funcionários da fabricante do iPhone assim que a gigante tecnológica anunciou sua política de retorno ao trabalho presencial para para seus mais de 154 mil funcionários nos EUA e em vários outros países. Muitos deles trabalhavam em sistema híbrido ou remoto desde o começo da pandemia de Covid-19, que obrigou o mundo a entrar em quarentena.

Na carta de demissão que entregou para os chefes, Goodfellow explicou que discorda do volta ao expediente normal que decidiram promover, se declarou defensor de mais flexibilidade em favor do home office e disse tchau e bênção depois de declarar ainda que a empresa cofundada por Steve Jobs deu um passo atrás nesse sentido, e errou ao ignorar as novas tendências de batente que o enfrentamento ao novo coronavírus causou em todas as indústrias.

Goodfellow, claro, é o tipo de profissional que pode tomar essa atitude tranquilamente, já que à essa altura os convites para trabalhar em outros lugares devem estar chegando aos montes na caixa de mensagens dele. Mas para a grande maioria dos agora ex-colegas dele, a situação é bem diferente.

Uma pesquisa da Blind, a rede social anônima que é hit entre os trabalhadores da indústria de tecnologia, revelou que nada menos que 56% dos trabalhadores que batem ponto na Apple estão em busca de novos empregos, por concordarem com Goodfellow no que diz respeito à volta aos velhos tempos anunciada pela mediatech sediada na cidade californiana de Cupertino – como se a doença do século não tive nem acontecido e virado o planeta de cabeça pra baixo.

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