Em tempos de pandemia, encontrar o outro é algo que só é possível através das redes sociais. Quem está solteiro, precisa esperar a fase de quarentena passar para seguir com a vida amorosa. Já quem está casado precisa lidar com o excesso de tempo ao lado do companheiro. Não tem como negar que nenhuma das opções é fácil, mas falar sobre relacionamento e sexo é algo mais profundo e complexo do que parece.
Esse foi o tema da live de Joyce Pascowitch com o rabino Nilton Bonder, fundador do Centro Cultural Midrash e escritor com mais de 23 obras lançadas. Nilton acaba de lançar seu mais novo livro, “Reflexões e Refrações”. Diferente dos anteriores, ele mergulha no tema ‘sexualidade’, parte importantíssima para uma vida equilibrada.
Na live, Nilton refletiu sobre a apropriação do sexo: “O sexo é mais do que uma identidade, ele é uma apropriação. Quando estamos entrando na adolescência, por exemplo, o drama é como nos apropriamos de nós mesmos. Essa é uma palavra muito interessante. No livro, não julgo o que é certo e o que é errado. Quando comecei a escrever, fiquei morrendo de medo de passar um julgamento sem querer porque não queria fazer um livro sobre minhas opiniões. O que apropria ao Nilton, não apropria exatamente da mesma forma a outras pessoas. Não é para dar pitaco. Sexo é um lugar muito profundo de apropriação de si mesmo”, comenta o Rabino.
A ideia é expandir a visão de quem lê, levando em conta que o sexo não é apenas um ato, mas uma conexão cheia de camadas. “Se você olhar o sexo apenas como aquela coisa física, vai perder a noção do que é sexo. Esse foi um dos enganos que a sociedade enfrentou nos anos 60, 70, onde achavam que o sexo é apenas sexo. Para falar mais profundamente sobre o assunto, você tem que entender de intimidade, e que sexo não é apenas para reprodução, é também algo que se faz por lazer”, explicou.
Para escrever o livro, Nilton usou princípios da cabala, apesar de esse não ser um assunto citado ao longo das páginas. “Não falo sobre Cabala, uso uma metodologia, uma maneira de enxergar que é dessa tradição, algo sapiencial de interpretação. Quando eu digo Cabala, é sobre a plataforma, a arquitetura, porque era isso que os sábios faziam. Então eu fui atrás da arquitetura da sexualidade humana”, conta.
A seguir, confira o bate-papo completo!
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