Isis Valverde está de volta em ‘A Força do Querer’, novela atualmente reprisada no horário nobre da Globo. Na pele de Ritinha, que dividiu a opinião do público sobre ser mocinha ou vilã, a atriz conversou com o Glamurama sobre essa fase e revelou os maiores desafios, saudades, além da relação das pessoas com a personagem. “O público amava e odiava. Era muito engraçado”, disse.
Casada com André Rezende, com quem tem um filho, Rael, de 1 ano e 10 meses, ela aproveitou para contar como tem vivido a quarentena, a relação com a maternidade no período de isolamento e como foi voltar para as gravações de ‘Amor de Mãe’, em que vive Betina, personagem que será afetada pela Covid-19. A seguir, confira o nosso bate-papo completo. (por Jaquelini Cornachioni)
G: Em que pé está a retomada das gravações de ‘Amor de Mãe’? Pode adiantar alguma coisa sobre os próximos passos de Betina na trama?
IV: Já estamos na reta final das gravações, seguindo todos os procolos de segurança. É muito bom poder retomar essa história. A história de Betina será especialmente afetada pela Covid-19. Por ela também faremos uma homenagem aos profissionais que estão atuando na linha de frente da batalha contra o coronavírus. Acho que por enquanto, é isso que posso adiantar (risos). Já estou em contato tanto com profissionais de saúde quanto com pessoas que tiveram a doença para trazer tudo isso para cena.
G: Qual foi a maior mudança entre a Isis de 2017 e a Isis de 2020, tirando o fato de ter se tornado mãe?
IV: Aprender que nem tudo depende da gente, da nossa vontade e que nem tudo acontece no tempo que a gente quer. Mas é difícil viver isso.E como atriz: ‘nossa, uma mudança?’ Acho que não é bem uma mudança, mas, estar cada vez mais aberta para contar a história, entregue ao personagem. Novela é uma obra aberta e, como tal, vamos construindo a história ao longo dos capítulos.
Glamurama: Como tem sido a quarentena com a família?
Isis Valverde: O período de isolamento é delicado. Acabei mergulhando mais em mim, nos meus sentimentos. Foi um processo importante de elaboração de algumas coisas para mim.
G: A maternidade é sempre um desafio, mas tem sido mais complicado nessa época de pandemia? O que tem feito para entreter o Rael?
IV: Acho que a convivência intensa fez a gente se reconectar de alguma forma. Eu vinha de um ritmo de gravação intenso e, de repente, passei a ficar em casa o tempo todo com ele. Criamos uma nova rotina e foi muito gostoso poder acompanhar todas as novidades do Rael nesses últimos meses. Ele é muito parceiro, esperto, aprendeu a falar ‘não’ que é uma coisa. Às vezes, olho para ele e nem acredito no que estou ouvindo. Uma coisa que ele ama fazer comigo é ioga, ele fica encantado. Tem até o tapete dele.
G: ‘A Força do Querer’ voltou ao ar no horário nobre. O que mais te marcou nessa fase da vida?
IV: A personagem foi muito marcante. Ritinha me permitiu viver experiências muito mágicas, como nadar com botos no rio, mergulhar com uma causa de sereia… E a história dela despertou muitas emoções. As pessoas tinham uma relação dúbia. Eu precisava encontrar a verdade da personagem, mostrar que as atitudes inconsequentes dela tinham um sentido. Ela era uma sereia e agia pelo instinto, pelas vontades dela. Foi um processo de composição muito gostoso.
G: Qual o maior desafio em interpretar Ritinha – nadar com os botos, ser sereia, haja folego?
IV: Acho que foi nadar com a cauda de sereia e aprender a fica em apneia. Tive uma preparação muito rigorosa para isso. Fiz aulas de sereísmo com a Mirella Ferraz. Ela me ensinou as coreografias e a interpretação da própria sereia embaixo d’água. Foi nesse momento que a ioga entrou de maneira ainda mais forte na minha vida. Meu professor de apneia disse que poderia me ajudar com a questão da concentração. E ajudou mesmo.
G: O que a Ritinha significa pra você?
IV: Ritinha representa liberdade, potência. Ela era uma mulher intensa, verdadeira a si mesma e que não estava preocupada com o olhar do outro, com o julgamento. Ela era muito confortável na pele dela. Acho que, nesse sentido, temos muito a aprender com ela. Foi minha primeira protagonista do horário nobre, em uma novela que era conduzida por mulheres fortes, de personalidade. Foi um presente muito especial da Gloria Perez.
G: Ritinha é uma personagem energética, alto astral, mas muito inconsequente. Como o público reagiu – e reage – a ela?
IV: O público amava e odiava. Era muito engraçado. Sentiam a necessidade de colocá-la em uma caixinha: ou mocinha ou vilã. No fundo, nem uma coisa nem outra. Ela era uma pessoa muito fiel a si mesmo e agia de forma inconsequentemente muitas vezes, de acordo com os outros. Na cabeça dela, tudo era justificável (risos). Muita coisa mudou desde a primeira exibição. Vamos ver como o público vai reagir dessa vez, se vão entender mais as atitudes dela.
G: Ela teve o final que você gostaria que ela tivesse? Como é assistir a novela depois de três anos?
IV: Teve! Para mim o desfecho dela só poderia ter sido aquele. Ela era uma sereia e terminou vivendo isso. É muito gostoso rever, relembrar a história, rever os amigos de certa maneira. Não consigo acompanhar tudo porque também estou gravando agora, só que “Amor de Mãe”. Mas sempre dá, estou lá grudada. A história de “A Força do Querer” é muito forte, muito intensa e levanta discussões necessárias.
G: Se pudesse, o que mudaria nessa atuação?
IV: Acho que o trabalho foi bem feito, gostei do resultado. Assistindo aos capítulos é que às vezes penso que poderia ter trazido uma emoção diferente, ou tentando transmitir determinada coisa de outra maneira. Mas são detalhes. Acho natural essa autocrítica porque também sou uma atriz diferente do que era há três anos.
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