Anna Wintour pegou carona nas manifestações pelo movimento Black Lives Matter e dias atrás enviou um e-mail interno para funcionários da “Vogue” no qual reconhece que a redação da revista também pode ter sido um ambiente de convivência “dolorosa e intolerante” para muitos deles. “Quero começar reconhecendo seus sentimentos e expressando minha empatia pelo que muitos de vocês estão passando: tristeza, mágoa e raiva também”, a editrix escreveu logo no primeiro parágrafo da mensagem. “Quero dizer isso especialmente aos membros negros de nossa equipe – só consigo imaginar como foram esses dias para vocês. Mas também sei que a mágoa, a violência e a injustiça que estamos vendo e falando sobre nesse momento já existem há muito tempo. Reconhecer isso e fazer algo a respeito é algo que deveria ter sido feito muito antes”, continuou a fashionista número um.
Mais pra frente, Wintour reconhece que a revista da qual é editora-chefe desde 1985 poderia ter feito mais para promover profissionais negros da moda, e que a publicação errou ao publicar certas imagens e matérias que podem ter causado dor ou intolerância em algumas pessoas. “Eu me responsabilizo totalmente por isso, e estou disposta a falar sobre as melhores formas de melhorar nossa cobertura e o trabalho de todos vocês”, ela concluiu.
Recentemente, Wintour foi acusada por seu ex-fiel escudeiro André Leon Talley de tê-lo demitido da “Vogue” por considerá-lo “muito velho” e “muito gordo”, conforme relatado por ele em sua autobiografia intitulada “The Chiffon Trenches” (“As Trincheiras de Chiffon”). Isso sem falar que a Condé Nast, que edita a “Vogue” americana, precisou demitir na última segunda-feira o editor-chefe da revista “Bon Appétit”, Adam Rapoport, por causa de uma foto dele posando com “blackface” que ressurgiu nas redes sociais no último fim de semana. (Por Anderson Antunes)
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