Ellen Rocche não foge da beleza, mas a usa para mostrar o seu talento. No ar com a reprise de “Haja Coração”, como a ex-BBB Leonora e Dona Capitu na ‘Escolinha do Professor Raimundo’, a atriz fala sobre interpretar personagens cômicos: “O humor salva. Nesta época que estamos vivendo acho que é um respiro mesmo”, revela em entrevista que comenta os aprendizados da quarentena, planos para o futuro e as inspirações para a novela que foi um remake do sucesso “Sassaricando”, de 1987.
Que aprendizados e descobertas você acumulou neste período de quarentena?
A quarentena foi importante para desacelerar. Em todos os aspectos. Sou workaholic, hiperativa e estava emendando um trabalho atrás do outro. Reformei a minha casa e não tinha tempo para ficar e curtir. Então foi um momento importante para ficar com o Chico, meu cachorro, e com a família. Um momento de reflexão, de autoconhecimento. Fiz feng shui na casa toda. Organizei armários, fiz exercícios, aprendi a cozinhar – e descobri que sou ótima cozinheira!-, escrevi poesias e vivi todas as fases da quarentena. Aprendi a bordar, pintar, fiz cursos de finanças online, meditação. Aproveitei para encontrar o meu equilíbrio interior.
Quais são seus planos profissionais para o futuro?
Tenho um projeto de teatro, que está na fase inicial. Também estou rezando para que a vacina do Covid- 19 seja disponibilizada para todos o quanto antes. É muito ruim ver o sofrimento de tanta gente e a forma como isso impacta na vida das pessoas.
Qual foi a sua reação ao saber do retorno de ‘Haja Coração’?
Fiquei muito feliz porque é uma novela leve, divertida, ótima para esse momento que a gente está passando agora. Foi uma novela que marcou muito a minha vida e carreira. Tenho um carinho enorme por esse trabalho. A Leonora tem um significado muito importante. A personagem foi um divisor de águas na minha carreira, é uma personagem muito intensa, marcante e doida.
Leonora foi interpretada por Irene Ravache, em ‘Sassaricando’. Você chegou a assistir algumas cenas da novela? Como foi o seu trabalho de composição para ‘Haja Coração’?
Principalmente por eu ser fã da Irene Ravache e fazer uma personagem que ela interpretou com tanta maestria foi um desafio muito grande. Eu não quis assistir às cenas antes, só fui ver bem depois. O meu trabalho de composição foi completamente diferente. A Leonora desta releitura é mais atual, é uma ex-participante de reality show. Ela foi eliminada na Casa de Vidro do BBB e é uma aspirante a atriz. Já a Leonora, da Irene, era uma atriz. O sonho de Leonora é justamente ser atriz e aparecer de alguma forma. Acabei conversando com a Irene depois. Fui assistir a uma peça dela na época das gravações e conversamos em seguida. Tenho flashes de memória de toda aquela agitação na feira, algumas referências, mas não lembro de muita coisa de “Sassaricando”.
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Falando em lembranças, você tem alguma da época das gravações?
Tenho muitas recordações. A minha primeira memória foi na época das leituras. Meu reencontro com a Carolina (Ferraz), com quem eu trabalhei em ‘O Astro’, e com a Malu (Mader), em ‘Sangue Bom’. Nos nossos primeiros encontros, o clima já era muito divertido, cheio de gargalhadas. Ali deu para notar que seria muito gostoso. Por causa das peripécias da Leonora, tive que subir em árvore e gravar morrendo de medo de cair junto com a Renata Augusto. A gente ria demais. São muitas lembranças. Eram sempre situações de ação e de comédia. A minha primeira gravação foi justamente a cena do barraco na fila gravada na sede da TV Globo, em São Paulo. Começou a juntar um monte de gente, que não estava entendendo nada. Até os próprios funcionários da TV ficavam se perguntando quem era a doida que estava ‘causando’. Foi engraçadíssimo. Em outra ocasião, Leonora invadiu uma cena de ‘Eta, Mundo Bom!’, dirigida pelo saudoso Jorginho (Jorge Fernando).
Além de ‘Haja Coração’ você também está no ar na ‘Escolinha do Professor Raimundo’ com outra personagem marcante: Dona Capitu. Qual a importância do humor na sua carreira? Há alguma semelhança entre elas?
O humor salva. Nesta época que estamos vivendo acho que é um respiro mesmo. Na minha vida pessoal, sou de bem com a vida, procuro ver as coisas de forma positiva. As duas são um pouco estabanadas, tem aquele sangue quente, meio ‘italiano’, mas são muito diferentes. A Leonora é sem noção. Ela não é uma pessoa má, mas acha que todo mundo sabe quem ela é, um pouco arrogante e orgulhosa. Acaba metendo os pés pelas mãos e é muito impulsiva. Já a Capitu é uma aluna muito malandra… tenta enganar o professor, jogar um charme, e acaba acertando as perguntas.
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- Ellen Roche,