Elizabeth II tem acesso irrestrito à maior e mais valiosa coleção de joias do mundo – as Joias da Coroa, of course – mas ela não está nem aí para isso, como contou o jornalista da BBC Alastair Bruce em um documentário intitulado “The Coronation” (“A Coroação”), que foi ao ar no Reino Unido. Alastair teve alguns encontros com a rainha no fim do ano passado para falar sobre a coroação dela, em 1953, e em uma dessas ocasiões testemunhou o momento em que ela viu pela primeira vez a coroa imperial que usou durante a cerimônia de ascensão ao trono.
“As pérolas parecem ‘tristes’ e deveriam estar ‘vivas’ no fundo do mar”, se limitou a dizer a avó dos príncipes William e Harry assim que foi apresentada à peça confeccionada no ano de 1838 com imponentes 31,5 cm de altura e pesando 1,4 quilo, decorada com 2.868 diamantes, 273 pérolas, 17 safiras, 11 esmeraldas e 5 rubis, e reformada em 1937 pela joalheira Garrard & Co. para a coroação do rei George VI, seu pai. “E ainda por cima é muito pesada”, emendou a monarca, que disse ainda ser praticamente impossível ler seus discursos com a coroa, porque se inclinar um pouquinho a cabeça a peça vem abaixo.
Segundo Alastair, embora não dê a mínima para o luxo da realeza, Elizabeth II sabe da importância que as joias que usa em público têm e se considera mais uma guardiã do tesouro secular do que uma beneficiária dele. “As Joias da Coroa servem para que a rainha se apresente a seus súditos e se diferencie entre eles, portanto ela as usa por sua importância histórica”, explicou o jornalista no programa. “Mas a rainha está longe de ser alguém como Elizabeth Taylor, capaz de passar horas admirando o brilho de diamantes”.
Em tempo: apesar de seu desinteresse por joias, a rainha é fã de um colar de diamantes e águas-marinhas da joalheira Mappin & Webb feito especialmente para ela a pedido do Governo do Brasil como presente por sua coroação, e até hoje é um de seus bens favoritos. (Por Anderson Antunes)