Dois dias antes das 92 primaveras que completa neste sábado, Elizabeth II deu mais um sinal de que cada vez mais irá dividir o peso da coroa com seus familiares mais próximos. Nessa quinta-feira ela declarou que gostaria de ver o príncipe Charles como seu substituto no comando da Commonwealth, a Comunidade das Nações que ela chefia desde que ascendeu ao trono, em 1952, depois da morte inesperada de seu pai, o rei George VI.
A entidade reúne todos os países que a consideram como chefe de estado e vários outros que mantêm relações fortes com o Reino Unido, e tem grande importância para a rainha por representar um restinho daquilo que um dia foi o maior poder do planeta, o Império Britânico. Ainda assim, ela abriu mão de suas funções no grupo político em benefício do primogênito, confirmado na sexta-feira como o novo dono do cargo estratégico.
Apesar de esperada, a dança de cadeiras representa uma forte mudança na maneira como a monarca e seu sucessor natural passarão a ser vistos pelas mais de 2,4 bilhões de pessoas que integram a comunidade e também pelo resto do mundo. Trocando em miúdos é como se ela estivesse seguindo os passos do marido, o príncipe Philip, que em 2017 anunciou a aposentadoria dos compromissos públicos para atuar apenas na diplomacia palacial.
Fica a pergunta: existe a possibilidade de que Elizabeth II abdique do trono, algo que outros reis e rainhas da Europa têm feito com bastante frequência nos últimos anos? Isso é pouco provável, mas de acordo com o jornal britânico “Sunday Express” ela já tem um plano para pedir que o Parlamento aprove uma lei que transforme Charles em príncipe regente assim que completar 95 anos. Dessa forma conseguiria transferir para ele seus poderes soberanos.
Além da passada de bastão, e por ser bem mais antenada com o mundo moderno do que muitos pensam, a rainha acredita na importância da “renovação” da imagem da família real perante os súditos através das novas gerações – tanto que ela autorizou sem mais problemas o casamento do príncipe Harry se case com Meghan Markle, uma atriz de Hollywood.
De qualquer forma, uma nova coroação deve demorar para acontecer. Adepta de uma dieta rígida que exclui álcool e açúcar, Elizabeth II tem tudo para bater o recorde da mãe e xará, que bebia gim todos os dias e morreu aos 102 anos, em 2002. No caso da mulher mais famosa do mundo, o “guilty pleasure” é bem mais simples: bolo de biscoito de chocolate, que ela só se dá o luxo de comer quando faz aniversário. (Por Anderson Antunes)