Leandra Leal foi a última a chegar à festa de lançamento de “Saramandaia”, essa segunda-feira no Museu de Arte do Rio, o MAR, na zona portuária. O motivo? Estava perto dali, na região central da cidade, ao lado da colega de elenco Chandelly Braz e de outros atores, como Bruno Gagliasso, participando dos protestos que começaram por causa dos aumentos das passagens de ônibus. “Sempre vou a passeatas, como a pela maconha e a ‘Fora Feliciano’. A manifestação foi superpacífica onde eu estava. Foi só um grupo que se exaltou. Acontece porque não existe mais um líder nesse novo ativismo apartidário. Não é só pelos 20 centavos, mas isso influi no direito de ir e vir. Ninguém nos assediou por sermos famosos. É como ficar na torcida do Flamengo ou em um bloco de Carnaval. As pessoas te protegem.” Perguntamos como ela conseguiu estar produzida assim momentos depois de tanto protestar… “Lembra que minha família tem um teatro aqui no centro, o Rival? Lá tem chuveiro e uma maquiadora da novela foi arrumar a gente lá.” Ah, bom…
* Débora Bloch não estava na passeata. “Mas meus filhos foram”, nos contou a atriz. “Estou indignada com a quantidade de impostos que pago sem ver retorno. E com a corrupção. Espero que o próximo movimento seja para mudar o Congresso. Só não sou a favor da violência, mas isso não foi o povo que começou. Em uma democracia, as pessoas têm o direito de se mobilizar e a polícia tem que se controlar.” José Mayer, com seu copo de whisky na mão, lembrava de 1968, quando entrou para o teatro. “Estou emocionado de ver esses jovens tirando os políticos da inércia. Só lamento pelos vândalos aproveitadores”. Fernanda Montenegro também comentava o assunto. “O governo tem atendido as necessidades mais primitivas da população: comida. Não basta. Essa onda começou com as reivindicações existenciais, como o homossexualismo, e agora evoluiu também para as sociais”.
* “Estava chorando em casa. E estaria no meio deles, com certeza. Fazia teatro no prédio da UNE. Está no meu sangue”, disse Vera Holtz. “É um aprendizado de uma geração que nasceu na democracia. Eles estão lutando contra um governo que não investe em nada e só injeta dinheiro em obras faraônicas”, declarou Marcos Palmeira. É, não poderia haver momento melhor para o remake estrear…
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