Ele tem cara, jeito, voz e humor infantis. Ganhou o grande público aparecendo na TV todo pintado de prata e invadindo festas dos famosos no Pânico na TV. Fez tanto sucesso que entrou para a Globo e vai até interpretar Chacrinha no cinema. É que pouca gente sabe que, além de ótimo comediante, Sterblitch é um ator de teatro dos bons. Neste mês, J.P parou tudo para gargalhar com ele, que chama Silvio Santos de ET, relembra quando ficou bêbado no programa do Jô Soares e mostra que é um cara apaixonado pela atual mulher. A fama de pegador, que incluiu Tatá Werneck e Anitta, ficou no passado
J.P: Se considera uma criança fingindo ser adulto?
Es: Sim, sou obrigado a ter responsabilidade.
J.P: O humor está por baixo?
Es: Está em queda. Está rolando um pânico real. Não é de qualidade, mas as pessoas estão com dificuldade de rir. Querem burocratizar a arte, o que não pode.
J.P: Fazer rir você já sabe. Qual outro talento gostaria de ter?
Es: Queira ser aventureiro, subir montanha, cachoeira, pular de paraquedas. Sou medroso.
J.P: Mudaria isso em você?
Es: Também. Mudaria tudo na verdade! Ah, e queria deixar de ter foliculite. Quando fico muito estressado meu corpo enche de bolinhas e me atrapalha.
J.P: Qual a sua grande conquista?
Es: Continuar vivo.
J.P: Ok, mas um momento brilhante seu?
Es: Nunca sinto isso. Inclusive tenho de trabalhar esse tema na terapia.
J.P: Qual foi a grande extravagância que já fez?
Es: Quando ganhei dinheiro comprei um carro no estilo sertanejo universitário, mas logo me arrependi e vendi.
J.P: Uma fraqueza de consumo?
Es: Água. Consumo em excesso. Hoje não mais, mas sempre gostei de ficar muito tempo no chuveiro.
J.P: Sua maior qualidade?
Es: Sou honesto comigo e sincero com as pessoas.
J.P: E defeito?
Es: Sou muito ansioso na vida, tenho crise de ansiedade, síndrome do pânico…
J.P: A pessoa mais interessante que conheceu?
Es: Silvio Santos. Realmente ele é um ET. Tenho essa impressão, que pessoas especiais são ETs e não podem contar. E o Emílio Surita, ele é tão interessante quanto o Silvio. Outro ET.
J.P: Quem merece seus likes no Instagram?
Es: Cininha de Paula.
J.P: O que ou quem é o grande amor da sua vida?
Es: Minha esposa, Louise D’Tuani.
J.P: Amor ou sexo?
Es: Amor, certeza. Sou um cara amoroso. Tem gente que nasceu para o sexo, outros para o amor, tem quem não sabe diferenciar. É biológico.
J.P: Quem é o seu herói?
Es: Minha bisavó Bella, que passou pelas duas guerras. Com certeza queria ter a coragem dela.
J.P: Qualidade que admira nas pessoas?
Es: Autenticidade, genuinidade, caráter e honestidade.
J.P: O maior arrependimento?
Es: Talvez tenha magoado pessoas. Não sei nem quem são, mas sem querer a gente faz isso, né?
J.P: A virada do jogo…
Es: A ida ao Programa do Jô, em 2014, em que fiquei bêbado com ele durante a entrevista. Foi um momento bem específico e todo mundo ainda fala. O povo é bêbado também…
J.P: Falando em Jô, vai ter um talk-show?
Es: Não. Também não faz sentido, já tem uma porrada deles. Por que iria fazer?
J.P: Uma mania?
Es: Roer unha, devo ter verme.
J.P: Um bordão?
Es: Não tenho, sou chato. Faço “vozinha” com a minha esposa, vale?
J.P: Melhor conselho que já deu?
Es: Pare de fumar.
J.P: Um vício?
Es: Cigarro, mas já estou lutando para parar. Hoje, é no máximo um maço por semana.
J.P: Qual a sua bandeira?
Es: A do que é correto. O problema é: o que é o correto? Eu acho uma coisa e as pessoas acham outra e vira algo filosófico que nunca acaba.
J.P: O melhor do Brasil?
Es: A criatividade do povo. O brasileiro é herói. É o país do futuro onde palestino e judeu até moram juntos. Único lugar do mundo que acolhe, abraça.
J.P: E o pior?
Es: As pessoas ficam comentando a vida dos outros. Temos de cuidar da nossa bunda suja e, quando ela estiver limpa, assim poderemos falar da bunda do outro.
J.P: Um trabalho mal sucedido?
Es: Ah… Muitos, mas principalmente o Africano, personagem do Pânico. Na época acharam racista e isso mexeu comigo. Me senti um burro.
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