Drica Moraes estreou nessa quinta-feira “A Fórmula”, nova série da Globo. Na história, sua personagem é selecionada para estudar fora, abre mão para não abandonar o namorado, mas ele acaba indo em seu lugar, graças à vaga que ela liberou, sem saber que ela tinha sido escolhida antes. Décadas mais tarde, os dois se reencontram e ela inventa uma fórmula com a qual consegue rejuvenescer instantaneamente 30 anos, ficando por algumas horas com a aparência que tinha quando o relacionamento terminou. Aproveitando esse gancho, Glamurama foi conversar com a atriz sobre renúncias por amor e a arte de envelhecer. O papo terminou na difícil situação da Cultura em tempos de crise. Vem ler! (por Michelle Licory)
Glamurama: Você já fez renúncias em relação à carreira por amor?
Drica Moraes: “Toda forma de amor vale a pena. Mas casamento funciona em cima de renúncia e os personagens da série também jogam em cima dessa ideia: até que ponto você deve abrir mão de coisas muito particulares e realizações pessoais em função do outro e com que preço? Talvez eu já tenha feito algumas renúncias, sim, em nome de parceiros. E muitas em nome de filho. Mas essa é a pergunta: qual o peso da renúncia?
Glamurama: E se você pudesse usar essa fórmula da juventude na vida real?
Drica Moraes: “Na série, a gente fala das dores, delícia e limitações de cada idade. Eu, Drica, nunca tive essa agonia de querer ser eternamente jovem. Jovem precisa ser aceito profissionalmente, moralmente. Depois dos 40, a gente goza de uma sabedoria maior de entender que não precisa agradar a todo mundo. E já tem lá uma história de vida provando quem você é… Não trocaria minha idade de hoje pelos meus 20 anos”.
Glamurama: O que te deixa com rugas de preocupação hoje?
Drica Moraes: “Estou preocupada com a sobrevivência da arte, pensando em formatos alternativos para fazer teatro. No Rio, os teatros públicos estão abandonados e os particulares, fechando. E as peças precisam ser acessíveis, então estou buscando sair dos espaços tradicionais e tentar um teatro de rua, ocupando lugares diferentes. A frustração é de todo brasileiro que paga imposto e não vê esse dinheiro repassado em bens públicos de nível. A sensação é de tristeza, mas não quero que isso me faça deixar de acreditar que podemos realizar coisas boas. Não quero desistir, e isso me inspira. Vivemos em um estado de guerrilha, e a desvalorização não é só na Cultura”.
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