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|| Crédito: Reprodução
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E a série “11 artistas para conhecer em 2016” criada por Dani Arrais, do blog Don’t Touch My Moleskine, em parceria com Ana Maria Maia e Diego Matos continua. Nesta quarta-feira, Glamurama entrega mais 3 artistas: Daniel Santiago, Virginia de Medeiros e Ana Mazzei. Não deixe de ler a primeira e a segunda parte. Amanhã tem mais.

05. Daniel Santiago
Nasceu em Garanhuns (PE) em 1939
Mora em Recife

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Daniel Santiago || Crédito: Reprodução Don’t Touch My Moleskine

Daniel, assim como Martha, fez uma carreira de vanguarda estando nas margens do circuito de arte brasileiro. Trabalha desde os anos 1960 no Recife e, à revelia de uma ausência de museus, mercado e público locais para práticas experimentais, desenvolveu um trabalho em linguagens como poesia visual, arte-classificada, arte-postal, art-door, intervenção urbana, performance e artes gráficas. Foi dupla de Paulo Bruscky na Equipe Bruscky & Santiago, de 1970 a 1990, aproximadamente. A química entre os dois era muito poderosa: Daniel é hábil com as palavras, tem aguçado senso poético além de uma formação de designer gráfico. Paulo traz a ironia e o senso estratégico de quem reconhece e lida muito bem com os circuitos (artísticos, políticos, sociais…) e suas regras do jogo. O convívio foi intenso e os projetos sempre imateriais, deixando muitas vezes apenas projetos e registros. Paulo fez um grande arquivo com essa memória e desde 2008, quando Cristina Freire fez sua retrospectiva no MAC-USP, seu trabalho individual foi consagrado junto a essa história. Daniel não guardou nada nem tem especial destreza com esse trânsito profissional. Talvez por isso tenha demorado um pouco mais para ser reconhecido e estudado. Ainda bem que isso hoje já está acontecendo. Um marco foi a mostra que Cristiana Tejo e Zanna Gilbert fizeram de sua obra no Mamam (Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães). (Ana Maria Maia)

06. Virginia de Medeiros
Nasceu em Feira de Santana (BA) em 1973
Vive e trabalha em São Paulo
É representada pela Galeria Nara Roesler
virginiademedeiros.com.br

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Virginia de Medeiros || Crédito: Reprodução Don’t Touch My Moleskine

O trabalho de Virginia de Medeiros é muito importante, principalmente pelo modo como ela encara situações de alteridade. Ela mergulha em uma relação com figuras cujo universo ela desconhece. É preciso tatear muito pra criar esse elo de confiança com as travestis, com a turma do sadomasoquismo, com os catadores de lixo. Ela tem coragem de entrar nesses temas-tabu, assumir isso como um estilo de vida. Eu soube que ela está aplicando hormônio masculino no corpo, como parte do mergulho nessa pesquisa. Ela não sabe o que se isso vai ser, se o que está acontecendo no corpo vai virar parte de um trabalho, mas é um jeito dela viver com verdade. (Ana Maria Maia)

Por outro lado ela também tem elementos que me fazem pensar na figura artística. Ela é uma mulher extremamente sedutora e bonita, que mexe radicalmente com a imagem no momento em que toma esse hormônio. Ela se torna uma unanimidade: para quem tem interesse em algo programático, ela desenvolve uma pesquisa, um método, mas também tem um lado intuitivo, espontâneo. O trabalho “Sérgio e Simone” ela não sabia o resultado que teria, se seria formalizado em uma série fotográfica, em um filme. E o resultado é um filme labiríntico. (Diego Matos)

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Virginia de Medeiros || Crédito: Reprodução Don’t Touch My Moleskine

Para conhecer mais sobre a artista, play no vídeo abaixo.

07. Ana Mazzei
Nasceu em São Paulo em 1980
Vive e trabalha em São Paulo
anamazzei.net

|| Crédito: Reprodução Don't Touch My Moleskine
Ana Mazzei || Crédito: Reprodução Don’t Touch My Moleskine

É uma artista da mesma geração de outros como Virginia e Cristiano e que demorou muito a ter o trabalho mostrado em exposições geracionais, a entrar em galeria. Ela faz um trabalho em que experimentação de fato tem um papel. A geração anos 1960/1970 gera pra arte um discurso que celebra a experimentação. O que você fizer sem saber no que vai dar, cometendo risco já seria louvável a priori. Mas é muito fácil encenar isso como uma coreografia, botar numa ordem de controle o próprio experimento. Recentemente fui ao ateliê de Ana e vejo que ela está cercada de coisas que ela não sabe onde vão dar. A experiência de arranjar um espaço, de relacionar isso com o entorno, é sempre uma experiência de descoberta. Depois de alguns anos trabalhando na sombra e agora com visibilidade, você vê que ela está rodeada por um universo de formas desconhecidas que vai fazendo sentido. Muita marcenaria, construção geométrica. Tenho gostado de vê-la em exposição. Gosto dessa sensação, principalmente com aqueles alunos mais resignados, que dizem que arte contemporânea não é pra ninguém, digo insiste, flerta, constrói um caso de amor com aquilo. O amor nem sempre nasce no primeiro olhar, né? Esses trabalhos que desafiam, que não se abrem direto, são os que a gente tem que voltar. (Ana Maria Maia)

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Trabalho de Ana Mazzei|| Crédito: Reprodução Don’t Touch My Moleskine

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