Depois de bater o maior papo com Manoel Carlos na semana passada, Glamurama entrevista o protagonista de “Viver a Vida”, Mateus Solano, que interpreta gêmeos na novela. Ao se desdobrar para viver Jorge e Miguel, ele encara uma nova realidade para quem estava acostumado à repercussão bem menos expressiva do teatro. Confira o bate-papo.
* Você já tinha feito alguns trabalhos na Globo antes de “Viver a Vida”, mas foi com este que ganhou destaque. Como encara a mudança toda na rotina?
“Acho que tenho encarado muito bem, com os pés no chão. Portanto, não mudei muita coisa com essa maior visibilidade. E adoro o reconhecimento do público. Quando é simpático, claro, e quase sempre é.”
* Como é a reação do público em relação aos gêmeos?
“A novela das 8 atinge um público inimaginável pra quem vem do teatro. As pessoas nas ruas me abordam de forma respeitosa, sempre comentando algo sobre o trabalho e isso é muito legal.”
* Você teve medo de encarar o desafio?
“Tive um medo natural, sim, porque não era apenas um e sim dois personagens na novela das 8. Isso sem falar da responsabilidade de trabalhar com o Maneco e o Jayme Monjardim novamente. Dois profissionais com quem eu vinha de um trabalho de sucesso em ‘Maysa’. Quero sempre surpreender, fazer um trabalho melhor que o outro, sou muito exigente. Soma-se a tudo isso o fato de eu nunca ter feito um personagem numa novela. Tudo isso me deixou bem nervoso no início. Mas quando começaram as gravações, logo fui me acalmando e entendendo melhor o terreno em que estava pisando.”
* Quais foram as maiores dificuldades para dar identidade aos gêmeos?
“A principal dificuldade é definir as diferenças entre os gêmeos, dar humanidade a cada um deles, sem estereótipo, mas com personalidade. Construir um independente do outro, mas não em relação ao outro (para que um possa viver sem precisar da existência do outro para comparar). No começo tinha que ficar me policiando. Às vezes cheguei a ‘trocar’ de um para outro umas oito vezes em um único dia.”
* Você se acha parecido com algum deles?
“Não me identifico com nenhum deles. Os personagens são possibilidades de um ator, mas não têm a ver com a personalidade como pessoa, fora do trabalho. É claro que, quando estou mais centrado, posso parecer mais Jorge ou menos Miguel. Eles fazem parte não só de mim, mas de um imaginário. Acredito que o Jorge representa nossa vontade de fazer tudo direitinho como manda a sociedade, já o Miguel concentra na sua personalidade nossa vontade de ser mais feliz do que responsável e de poder subverter as coisas de vez em quando.”
* Vai tirar férias ou já vai engatar outro trabalho depois da novela?
“Por enquanto não tenho nenhum trabalho. Quero descansar bastante após a novela.”
* Tem algum autor ou diretor com quem você gostaria de trabalhar?
“Todos! Adoro conhecer linguagens e veículos completamente diferentes.”
* Quando não está gravando, o que mais gosta de fazer?
“Aproveitar minha casa, ficar com a minha namorada e meus amigos.”
* Você e a Paula Braun estão noivos. Têm data marcada para o casamento?
“Não.”
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