Margherita Missoni conversou com o Glamurama na recém-inaugurada loja da marca no shopping Iguatemi.

Margherita Missoni conversou com o Glamurama na recém-inaugurada loja da marca que leva o sobrenome dela do shopping Iguatemi. E, detalhe: ela disse que sabe muito bem quem somos. A herdeira revelou que acessa o Glamurama. "É o meu guia para saber o que acontece no Brasil quando estou a caminho do país". Num bate-papo descontraído, a designer fala sobre estilo e beleza e revela detalhes do processo criativo na marca e de uma possível sucessão, quando a mãe dela, Angela Missoni, deixar as rédeas da empresa.

* Se não fosse uma das herdeiras da Missoni, qual profissão teria?

"Eu estudei filosofia, era uma boa aluna (risos) e adoro atuar. Mas a moda é minha grande paixão, sem contar que estou envolvida nisso até o pescoço. Cresci longe das cidades, no campo. Não é tão fácil se afastar das responsabilidades da marca, e, mesmo podendo escolher, acho que não faria nada diferente do que faço hoje. Uma vez eu disse à minha mãe que se eu não fosse da família Missoni, queria a qualquer custo ser e estar presente nas atividades que a marca me proporciona. É tudo tão emocionante que não saberia viver sem."

* Você pretende substituir Angela Missoni nos negócios da família?

"Eu não quero substituí-la agora. Eu acho que a Missoni é uma marca familiar e todo mundo faz tudo em parceria. Faço os acessórios agora, mas pode ser que alguns dos meus irmãos ou primos assumam esse cargo no futuro e que eu comece a desenhar roupas, móveis. Acho que minha mãe trabalha demais e é claro que ela vai querer dar uma pausa, pode ser ano que vem, daqui a cinco anos. Quando ela quiser passar o bastão, estaremos prontos para assumir esse cargo com toda a responsabilidade possível".

* Você é considerada um ícone de estilo. O novo lifestyle da marca se dá em razão dessa maneira de se vestir. Como define seu estilo?

"Eu sou? (risos). Meu estilo é muito sensitivo e eu não penso muito no que vou vestir, sempre começo a me vestir com uma peça, só então vou adicionando outras que podem ou não ficar bem com a ‘principal’. Pode dar certo, pode dar errado – o que acontece várias vezes (risos). Tenho esse instinto: coisas pessoais, simples, que me vistam bem e deixem tudo no lugar. Olho um look na passarela e sei logo de cara se vai cair bem ou não. As pessoas falam que meu estilo é o bohemian chic – ou boho chic. Deve ser por causa dos meus cabelos longos, das minhas roupas largas e de todas as peças Missoni que tenho no guarda-roupa."

* Como é o seu processo de criação?

"A Missoni não é uma marca tão forte nos acessórios. Posso errar sem medo, mas não vou criar algo que vai encalhar nas lojas. Começo a criar uma peça pensando no marketing, nas vendas. Sempre olho para a coleção e tento desenvolver algo que vai se dar bem com o que veremos na passarela. Como deixar aquela bolsa bonita nas lojas da Missoni? Como criar uma peça que ninguém terá? Por isso penso nas consumidoras e imagino o que elas querem usar na estação. Mas meu processo começa muito antes. Conversando com amigos, vendo o que está acontecendo no mundo, uma exposição, um passeio. Tudo isso me inspira e estar ao lado de pessoas criativas também.”

* Além de Missoni, você usa quais outras marcas?

"Estou usando calça e top Alaïa, um cardigã Missoni e uma rasteirinha que comprei em Capri. Você precisa usar aquilo que te veste bem e se sentir confortável. Não compro só porque é de alguma marca específica. Adoro peças-chave, discretas. Não há nada melhor do que poder usar a mesma calça em ocasiões diferentes na mesma semana, como agora; posso usar este mesmo look daqui a dois dias que ninguém vai notar.”

* O que você gosta de ouvir?

"Guns’n’Roses é uma das minhas bandas favoritas, não paro de escutar. Também adoro Kings of Leon, Franz Ferdinand e Nouvelle Vague.”

* Quais são os seus truques de beleza?

"Eu não via a hora de chegar ao Brasil para fazer as unhas! Vocês possuem as melhores manicures do planeta. Na área de maquiagem eu detesto olhos marcados, mas nunca saio de casa sem uma pele iluminada – uma pele bonita, sem exageros. Um lápis preto no olho e só. E quando foco nos olhos, deixo a boca limpa, e vice-versa. E com meu cabelo não tem frescura: só xampu e condicionador resolvem o meu problema.”