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Stephen Daldry

Stephen Daldry, cineasta inglês que assina sucessos como “O Leitor”, “As Horas” e “Billy Elliot”, escolheu o Brasil para filmar “Trash”, com Wagner Moura, Selton Mello e três crianças, protagonistas, que não tinham nenhuma experiência, vindas de comunidades cariocas. O resultado não foi um filme inglês feito no Brasil, mas um filme brasileiro, sobre meninos que moram em um lixão, acham uma carteira e, a partir dela, desvendam uma teia de corrupção, enquanto são perseguidos -um deles, torturado- por policiais “sujos”, a mando de um político candidato a prefeito.

Bravura e otimismo

Com a palavra, Stephen: “Escolhemos o Brasil porque a gente queria fazer um filme incrível, e aqui existe uma indústria cinematográfica incrível. E eu sabia que o Fernando Meirelles e a O2 têm experiência em trabalhar com atores não profissionais, então fizemos essa parceria. Quando cheguei aqui, fui me apaixonando pela atmosfera desse lugar, pela bravura e pelo otimismo do povo. A gente fez questão de que a história tivesse sentido dentro da realidade local. Por isso fizemos várias alterações no roteiro, prestávamos atenção em como os meninos reagiam, se era autêntico pra eles, se fazia sentido, se era crível. A gente não queria um filme traduzido, e sim algo que dialogasse com os sonhos, esperanças, senso de justiça e de fé dessas crianças daqui. Eu estava com vontade de fazer um thriller, que fosse em uma outra língua, e de trabalhar com crianças. Foi uma experiência maravilhosa. O Brasil tem talentos arrebatadores em termos de atuação. Só não deu para mostrar os cartões postais do Rio. Nosso interesse era em lugares onde os meninos pudessem se esconder ou por onde eles conseguiriam escapar sem serem vistos [tem cenas em favelas, trilhos de trem, subsolo da estação Central do Brasil…]”, nos disse o cineasta.

Época de cinismo

Christian Duurvoort, brasileiro, preparador de elenco da O2 que aparece nos créditos como co-diretor, completou: “Vivemos em uma época de cinismo em relação à corrupção. Nos acostumamos com isso. O filme tem uma mensagem otimista. Na cena em que as crianças jogam o dinheiro recuperado ao vento no lixão [para que o valor fosse dividido com a comunidade de catadores] perguntamos para eles o que achavam disso, já que, se você é pobre, precisa do dinheiro. E eles disseram que seria uma reação possível. Você não pode esquecer de onde veio. Esse longa dá na gente uma vontade de agir. E essa pasmaceira é mundial. Quanto mais local uma história, mais universal ela é. Todos esses personagens são reconhecíeis lá fora também.” Em tempo: a première é logo mais, nesta terça-feira, dentro da programação do Festival do Rio. Glamurama viu antes e recomenda. (por Michelle Licory)

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