Enquanto a maior parte dos grandes designers da moda internacional está apostando em produções digitais para apresentar suas coleções por conta da pandemia do coronavírus, Simon Porte Jacquemus queria respirar. Nessa semana, em atitude considerada um tanto polêmica em tempos como o que vivemos atualmente, o designer francês levou suas criações Primavera-Verão 2021, femininas e masculinas, e alguns poucos convidados, para um imenso campo de trigo, no meio do Parque Nacional Vexin, na França. A céu aberto, em um enorme espaço no meio do nada, o cenário era a antítese do que o mundo passou nos meses de confinamento. Respeitando a distância e cuidados com equipe e plateia, o que se viu foi praticamente uma obra de algum artista impressionista francês da virada do século XX.
Uma sinuosa e estreita passarela de madeira de 600 metros de comprimento abriu caminho em meio à plantação, por onde modelos usando looks românticos e leves, em tons claros, desfilavam descompromissadamente entre referências provençais, como cerâmica, um poema de Miro, uma toalha de mesa da avó e uma cesta de cerejas. A plateia reuniu cerca de 100 pessoas instaladas separadamente, cercadas de trigo por todos os lados, totalmente isoladas entre si e integradas à paisagem.
Apesar da logística complicada, visualmente ‘L’Amour’ foi uma aposta perigosa, porém certeira. A despeito de críticas e indo na contramão do que se tem feito, Jacquemus insiste que um desfile não pode ser reduzido a um vídeo: “É importante seguirmos em frente, como um filme de um dia de verão. É a nossa vida.” O que você acha? Play para mergulhar nessa viagem:
