Mais de 200 anos depois da união que transformou o casal formado por Maria Luísa, princesa imperial da Áustria (título que carregava antes de subir ao altar), e o imperador da França Napoleão Bonaparte (então recém-divorciado da imperatriz Josefina) em um dos mais poderosos da Europa, dois descendentes deles combinaram de trocar alianças ainda nesse ano.
Os noivos e primos distantes em questão são a condessa austríaca Olympia Elena Maria von zu Arco-Zinneberg, de 31 anos, que é bisneta do último imperador da Áustria (Carlos I) e sobrinha-neta de Maria Luísa, e Jean-Christophe Napoléon, de 32, que é um Bonaparte legítimo e por isso está entre os pretendentes ao extinto trono francês. Os dois se conheceram em Paris assim que Olympia fixou residência na cidade depois de passar um temporada nos Estados Unidos, onde estudou História da Arte e Fotografia na prestigiada Universidade de Yale. Frequentadora dos altos círculos da capital francesa, ela conheceu o futuro marido em um desses encontros sociais. Jean-Cristophe ganha a vida como banqueiro e gestor de capital de risco em Londres, mas vive pegando o Eurostar para dar pivô em terras parisienses a trabalho.
O casamento deles foi marcado para 19 de outubro, na catedral de Saint-Louis des Invalides, e desde já é descrito como um dos enlaces do ano. Assim que se tornarem marido e mulher, eles pretendem morar em Londres. “O nosso relacionamento é, como os de muitos outros casais de hoje, entre pessoas de diferentes nacionalidades europeias. Este é o resultado da reconciliação e da construção europeia”, Olympia e Jean-Christophe disseram em um comunicado, caprichando na diplomacia e no qual ainda declararam terem se apaixonado à primeira vista.
Menos sorte teve Maria Luísa, que nem chegou a conhecer Napoleão antes do casamento. Dizem que ela até o achou mais bonito pessoalmente do que no retrato do nobre – de meros 1,69 m de altura – que lhe mostraram pouco tempo antes do grande dia. (Por Anderson Antunes)