Foram quase dois meses de gravações no sul do país, enfrentando um inverno dos mais rigorosos que registrou até temperaturas negativas. Mas, finalmente terminaram as gravações de ‘Desalma’, nova série da Globoplay, ainda sem data para estrear. “A viagem ajudou bastante a entrar no clima da série. O frio é um pouco sombrio, e as locações assustadoras e lindas, ao mesmo tempo. Ficamos muito unidos”, conta Maria Ribeiro, que vive Giovana na trama.
Escrita por Ana Paula Maia, ‘Desalma’ tem como pano de fundo a mitologia eslava, que, segundo a autora, ajuda a contar uma história envolvendo mistérios e acontecimentos enigmáticos. “São várias camadas. É a não aceitação da morte, uma relação com transmigração de almas. Falamos da migração do povo de um país, com suas tradições e culturas, que existe hoje no Brasil, mas que a gente não conhece”, revela Ana Paula.
Até que ponto se pode negar a morte? Na pequena Brígida, cidade do interior do Sul do país que parece parada no tempo, fenômenos sobrenaturais assombram a população ao longo de décadas, enquanto rituais de bruxaria prometem trazer de volta ao mundo dos vivos almas de pessoas que já se foram. A série se passa em uma comunidade rural, com casas de madeira de cultura ucraniana, envolta em mistérios. Foram nove meses de trabalho, envolvendo pré-produção e gravações, sob o comando do diretor artístico Carlos Manga Jr. “Brígida não é só a cidade onde tudo acontece, é como se ela tivesse parado no tempo. A série tem um arco de 30 anos e pouca coisa muda no local. A floresta é o cerne de toda a trama. É da floresta que as coisas vêm e é para a floresta que as coisas vão”, conta Manga.
Para a Cássia Kis, que também está no elenco, ‘Desalma’ é uma história de relacionamentos: “É uma relação tão profunda que chega em um lugar incrível que é a alma. Existe uma conversa de almas”.
Entre as cenas mais impactantes da trama, estão as festas de Ivana Kupala nas duas fases da história levaram quatro dias para serem filmadas. A celebração típica da Ucrânia é o ponto central dos mistérios da trama. Para a festividade do final dos anos 1980, a equipe de cenografia e produção de arte construiu uma fogueira de seis metros de altura rodeada por seis fogueiras menores, todas inseridas em um grande círculo formado por 100 tochas. Mais de 150 figurantes com roupas típicas coreografaram a tradição milenar.
Outro diferencial de ‘Desalma’ é o elenco, em sua maioria de São Paulo, Santa Catarina, Porto Alegre, Minas Gerais e Rio de Janeiro. As duas fases contadas em linhas narrativas paralelas influenciaram na escalação. Além das características físicas do leste europeu, os atores precisavam ser parecidos. “Atores ainda desconhecidos representam 75% do nosso elenco. Eles estão em papeis de destaque na história. Ao mesmo tempo, temos nomes fortes da dramaturgia como Cassia Kis, Claudia Abreu e Maria Ribeiro em personagens diferentes do que estamos acostumados a vê-las”, explica Manga, ressaltando que essa mistura acentua a sensação de estranheza no público. Quem mais aí ficou a fim de assistir essa série?