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Danniel Rangel ao lado de quadro do francês Francis Picabia, que terá retrospectiva a partir de 21 de novembro no MoMA em NY || Créditos: Divulgação

Danniel Rangel, consultor de arte e curador de mostras importantes mundo afora, está em terras brasileiras. O carioca radicado na França há mais de 15 anos participou de uma palestra sobre o mercado de arte na programação da ArtRio, nessa última quinta-feira, e aproveitou para conversar com Glamurama e dar dicas preciosas para quem quer se tornar um colecionar arte. À entrevista!

Glamurama: Qual é o panorama da arte brasileira hoje?
Danniel Rangel: “As pessoas de fora estão olhando bastante para o Brasil neste momento, principalmente nas obras dos anos 60, toda a parte da Tropicália, Helio Oiticica, Mira Schendel, Ana Maria Maiolino – que vai ter uma grande mostra no Moca, em Los Angeles, no ano que vem -, Lygia Pape – que acabou de ganhar uma exposição em Londres e terá outra no Metropolitan-, além de artistas novos, como Adriana Varejão – que acaba de abrir uma exposição na Gagosian em Roma-, além de Erika Verzutti, que participa da Bienal e Jonathas de Andrade, que acabou de participar da Bienal de Santa Fé, entre outros. Acho que, da mesma forma que nós estamos olhando mais para artistas de fora, porque ficamos fechados por muito tempo no período da ditadura militar, os colecionadores de fora também estão olhando mais pra gente.”

Glamurama: A crise afetou o mercado de arte?
Danniel Rangel: “Afetou, mas também tem seu lado positivo. Agora você compra o que gosta, não compra por comprar. Você seleciona. A obra de arte sempre será um investimento e o brasileiro já tem essa cultura de colecionar. Nossos museus também estão muito fortes. Só no Rio temos gigantes como o MAR, o Museu do Amanhã e o MIS, que vai inaugurar em breve, além das grandes instituições em São Paulo e Inhotim. Nosso mercado é muito forte e vai continuar sendo, principalmente por termos uma tradição de Bienal muito forte.”

Glamurama: Quais são as vantagens de se investir em arte?
Danniel Rangel: “Acho que o prazer de fazer você conviver com a obra. Independentemente dela valorizar ou não, é sempre um prazer ter por perto um artista que você admira. Você aprende com ele e acaba descobrindo coisas novas. Uma nova obra sempre vira tema de conversa em casa com os amigos e colecionadores.”

Glamurama: Como começar uma coleção?
Danniel Rangel: “Primeiro comprando aquilo de que você gosta. Você pode montar vários tipos de coleção. Tem coleção direcionada só para a arte brasileira, coleção de arte erótica, coleção só de fotografia… E grandes colecionadores que se interessam por tudo, não têm só um foco. Aí entra o papel do art adviser, que vai ajudá-lo a direcionar a coleção.”

Glamurama: É preciso ter uma quantidade razoável de dinheiro?
Danniel Rangel: “Não. Você pode pode começar pequeno e se tornar um grande colecionador. Um jovem colecionador, daqui a 20 anos vai ter obras de grandes artistas, de acordo com a evolução do seu trabalho. Feiras geralmente são ótimos lugares para comprar porque têm uma grande variedade de artistas e de galerias. No Brasil, vale a pena ir na ArtRio, na SP-Arte e na SP Photo Week. Já fora, temos a Basel, Basel Miami, a Maastrich, na Holanda, a Frieze,  em Nova York, a Miart, em Milão e a Fiac, em Paris.”

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Danniel foi curador da mostras como “Robert Heinecken”, no MIS, em São Paulo, em 2015; “Stan VanDerBeek”, na ArtRio, em 2015; “Erwin Blumenfeld”, na Faap, em 2014 e “Oscar Niemeyer”, na Fiac, em Paris. (Por Denise Meira do Amaral)

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