Quem está ganhando com o bloqueio do WhatsApp no Brasil é o Telegram, o aplicativo de mensagens instantâneas fundado em 2013 pelo russo Pavel Durov, conhecido como “o Mark Zuckerberg da Rússia”. Além da publicidade gratuita – no Twitter, o app já é um dos assuntos mais comentados – o Telegram também é considerado por muitos como a melhor alternativa ao WhatsApp. Já Durov, de 31 anos, nunca esteve melhor: em abril ele foi listado pela revista “Forbes Russia” como o 135º homem mais rico do país euro-asiático, com uma fortuna de US$ 600 milhões (R$ 2,1 bilhões), a maior parte proveniente da fatia dele no Telegram.
Assim como Zuckerberg, Durov também entende de desavenças judiciais com governos: em 2014 ele foi forçado pelo Kremlin a vender sua participação no site de relacionamentos VK, do qual também é fundador, após se recusar a fornecer informações pessoais dos membros de uma comunidade do site que organiza protestos contra o governo de Vladimir Putin.
Durov encarna o melhor estilo excêntrico: na infância ele criou um código especial para xingar professores sem que eles soubessem, hoje ele só veste preto, costuma jogar aviõezinhos de dinheiro da janela de seu escritório em Berlim, onde está exilado desde os atritos com o governo russo, e teme mais ameaças à privacidade das pessoas do que ameaças terroristas. Ele também é solteiro, já ofereceu um emprego para Edward Snowden, adorar viajar pelo mundo – ocasiões em que só usa o Airbnb – e é fã de fotografia. (Por Anderson Antunes)
- Neste artigo:
- APLICATIVO,
- Pavel Durov,
- Telegram,
- WhatsApp no Brasil,