Sempre que uma mulher preconceituosa e autoritária se torna notícia por algo de ruim e absolutamente impensável que fez nos Estados Unidos, como xingar imigrantes ou pessoas afrodescendentes na rua sem nenhum motivo para isso, os americanos tratam de torná-la ainda mais conhecida nas redes sociais a chamando de “Karen”, um termo pejorativo que eles usam para definir essas valentonas sem noção (reza a lenda que o nome da “pioneira” entre elas era esse). E há de se reconhecer que nunca surgiram tantas Karens como nesse 2020 atípico, razão pela qual a fantasia mais procurada até agora para o próximo Halloween, em 31 de outubro, tem sido justamente as com o rosto delas.
Geralmente fãs de cortes de cabelo mais curtos e feitos sob medida para dar um ar mais jovial a quem os usa, e que em alguns salões de beleza americanos são descritos como “corte-posso-falar-com-seu-gerente”, essas Karens se tornaram a personagem favorita para os fabricantes de máscaras dos EUA, que chegam a vender suas criações por até US$ 180 (R$ 945) a peça. E em alguns estados mais hypados do país, como Nova York e a Califórnia, seus estoques já estão esgotados.
A #KarenFever é tamanha que nessa semana o “Good Morning America”, um dos programas matutinos mais assistidos dos EUA, dedicou um segmento inteiro às Karens, que terminou com seus apresentadores vestindo as tais máscaras inspiradas nelas. Vale lembrar que o Halloween é um dos maiores feriados americanos, chegando a movimentar US$ 7 bilhões (R$ 36,7 bilhões) todos os anos só com a venda desses produtos inusitados. Ironicamente, o Dia das Bruxas do Tio Sam também é uma das épocas em que imigrantes legais mais conseguem empregos por lá, algo que as Karens certamente não vão gostar nem um pouco de saber. (Por Anderson Antunes)
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Abaixo, o fabricante de máscaras Karen Jason Adcock apresenta suas criações no Facebook:
https://www.facebook.com/jason.adcock.904/posts/10220403642259966