Com diversas inconsistências, "Morbius" festreia, mas não agrada

Criado por Roy Thomas e Gil Kane na edição 101 de “O Espetacular Homem-Aranha”, em 1971, o Dr. Michael Morbius era um bioquímico vencedor do Prêmio Nobel que tentava descobrir a cura para um doença sanguínea e acaba se transformando em um vampiro durante uma de suas experiências. Nas histórias em quadrinhos, Morbius aparece como vilão e antagonista do Homem-Aranha, porém nunca teve uma passagem muito memorável, podendo facilmente ser esquecido por diversas edições.

A Sony, tentando emplacar mais um de seus de filmes tendo vilões como protagonistas a exemplo de “Venon” e “Venom: Tempo de Carnificina”, convidou Jared Leto para interpretar Morbius em seu mais novo filme que, após diversos adiamentos, chegou aos cinemas nesta semana.

Leto cai como uma luva no personagem: as características dos dois são muito parecidas e com ajuda dos efeitos visuais o ator se torna o verdadeiro “vampiro vivo”.

Alerta de spoilers: partir daqui, a leitura é por sua conta e risco!

Claramente, o estúdio não aprendeu nada com os erros de “Venom” 1 e 2 infelizmente foi isso que nos mostrou um filme de 1h44, com diversas inconsistências, furos no roteiro, diálogos sem sentidos e alguns que nem precisavam existir.

Quando chegamos à primeira hora de filme, simplesmente não conseguimos ter ligação com o protagonista, nem a ponto de querer vê-lo vencer o vilão Milo (Matt Smith), seu amigo de infância que também é acometido pela doença.

Adria Arjona (Dr. Martine Bancroft) é o interesse romântico de Jared no filme e fica visível o total de zero química entre eles. A doutora demonstra a todo tempo uma paixão que não é retribuída à altura, um beijo simplesmente do nada acontece no meio do filme. Os atores Matt Smith (“The Crown”) e Tyrese Gibson (“Velozes e Furiosos”) completam o elenco.

Sobre o CGI (Computer Graphic Imagery ), é um pouco difícil chegar a um veredito: temos boas cenas de perseguição e lutas, e em todas o efeito é utilizado, lembrando jogos de videogame. Os poderes de Morbius é o que de melhor foi explorado no longa, sua ecolocalização sendo testada, sua velocidade e força são um ponto alto, e mesmo assim mostradas muito rápido, sem conseguir dar uma história de origem sólida para o anti-herói.

A produção até o fechamento deste texto 17% de aprovação no Rotten Tomatoes (site americano que avalia filmes em todo o mundo com a opinião do público), e a tendência é piorar nesse ranking. Sim, tem como alcançar nota menor que essa.

Não saia do cinema antes do fim da projeçao, pois o filme contem duas cenas pós-créditos – que não ajudam muito a melhorar a experiência.