Um dos mais famosos colégios internos da Europa, o dinamarquês Herlufsholm Boarding School, que foi fundado em 1565 na cidade de Næstved, distante cerca de 80 quilômetros de Copenhague, acaba de perder seu estudante mais notório: o príncipe Christian, de 16 anos, o primogênito de Mary e Frederik, os príncipes herdeiros do país. Isso devido ao fato da tradicionalíssima instituição de ensino ter sido recentemente revelada como o local de vários casos de assédio sexual e abuso moral supostamente cometidos por alguns de seus dirigentes.
O escândalo veio à tona dias atrás, depois da exibição de um documentário que foi ao ar na televisão dinamarquesa, dando conta dos supostos crimes, relatados por pessoas apresentadas no programa como sendo suas vítimas. Esse, aliás, é o assunto do momento na nação europeia que sempre foi tida como sinônimo de exemplo social em vários aspectos. Além de Christian, a irmã do jovem “royal” – Isabella, de 15 anos – que começaria seus estudos no Herlufsholm no final do ano, não vai mais estudar no colégio pelo mesmo motivo.
Os irmãos são netos de Margaret II, rainha da Dinamarca desde 1972, e mãe de Frederik, filho mais velho e herdeiro direto da monarca. O problema é particularmente delicado para a realeza de lá, sobretudo porque a princesa Mary é uma das vozes mais ativas do movimento antibullying dinamarquês.
Há séculos, o Herlufsholm teve como alunos praticamente todos os membros da realeza dinamarquesa, tradição que daqui pra frente pode estar em risco. A diretoria da escola, por sinal, já foi toda demitida, como parte de um plano de redução de riscos lançado emergencialmente para proteger sua reputação do ícone de ensino de qualidade há quase 500 anos.