Uma coleção raríssima de 100 litografias feitas por Pablo Picasso vai a leilão nos dias 25 e 26 de novembro em um evento repleto de segredos que está sendo organizado pela empresa parisiense Ader Nordmann. Será uma venda no martelo às antigas e totalmente fora dos padrões atuais do mercado leiloeiro, a começar pelo fato de que lances não presenciais feitos por telefone ou outros meios não serão permitidos – lembrando que hoje em dia são poucos os que curtem ser vistos por aí comprando coisas caras em público, e a maioria prefere o anonimato que a tecnologia proporciona nessas ocasiões.
O palco dos negócios também é inusitado, o Théâtre National de l’Opéra-Comique, um dos prédios mais famosos de Paris, e os interessados em ver uma prévia dos trabalhos do artista espanhol terão que preencher uma papelada para comprovar que são, de fato, familiarizados com a obra dele. Vários já “caíram” no processo seletivo, o que criou uma espécie de competição pra saber quem é aprovado ou não. As regras foram impostas pelos herdeiros de Henri M. Petiet, um colecionador francês que comprou as litografias durante a Segunda Guerra Mundial.
Picasso, claro, é muito mais conhecido por suas telas, mas ele também produziu vários prints, porém a maioria se perdeu ao longo dos anos ou foi destruída. A coleção que vai a leilão, além de estar completa, também foi assinada pelo pintor e é parte de uma série de encomendas que ele recebeu do art dealer Ambroise Vollard entre 1930 e 1937, o que explica seu nome (“Vollard Suite”) e tem um valor estimado entre € 1,5 milhão (R$ 5,5 milhões) e € 2 milhões (R$ 7,4 milhões). (Por Anderson Antunes)