Não foi só sobre a vontade de ter um filho com o queixo de Rômulo Arantes Neto e se considerar imatura para ser mãe que Cleo Pires conversou com Glamurama nessa quinta-feira, durante um encontro em um hotel no Leblon para promover o filme “O Tempo e o Vento”. Pelo contrário. Ela mostrou sem medo ou meias palavras seu posicionamento em relação a uma série de aspectos da própria vida. “O que aprendi é que não sou perfeita. Sou um ser humano em evolução, e não um pacote pronto para ser consumido. Perfeição não dá tesão. Gosto da imperfeição. Tenho coisas boas, e outras ridículas”, disse a atriz.
* “Quando comecei a atuar, eu era uma pipa avoada. Queria voltar para a fazenda em Goiânia e quebrar tudo. Mas com o tempo os desejos foram se transformando. Comecei a pensar: esse passo do processo não é coerente com onde quero chegar. Sou uma pessoa adicta, com tendência a vícios. Então percebi: isso só está me prejudicando. Hoje tenho menos ‘tapa buracos’. Antes tinha uma coisa meio Peter Pan, de não querer crescer. Apesar de eu ser precoce, o meu amadurecimento foi demorado. Custei a ‘emulherar’. Era muito impulsiva e perdulária com emoções. Sentia e fazia. Hoje paro para entender a lama que está aqui dentro. Foi ótimo quando tomei consciência disso e vi que não era um bicho de sete cabeças. Quando você se entende, resolve 50 por centro das coisas.”
* Por fim, perguntamos como Cleo escolhe seus personagens, já que, mesmo quando é protagonista, nunca é uma mocinha clássica, e sim uma heroína, como Ana Terra, seu papel no longa baseado na obra de Érico Veríssimo. É chato ser mocinha? “É que gosto de personagens com conflitos e que nem sempre fazem as escolhas mais óbvias. Acho bacana quando existe uma esquisitice nelas. Colocam muito glamour na perfeição. Isso é desumano.” (Por Michelle Licory)
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