Em cartaz com “Cantando na Chuva”, no Teatro Santander, em São Paulo, Claudia Raia emendou em outra produção, ou “filho caçula”, como comentou nas redes sociais. É o “Fala Sério, Gente”, novo espetáculo juvenil produzido pela atriz, com texto da Thalita Rebouças e direção do maridão Jarbas Homem de Mello. A peça, que está em cartaz no Teatro das Artes, em São Paulo, trata de questionamentos, dilemas, altos e baixos e a tão transformadora e complicada adolescência. Tanto assunto para falar, fomos saber de Claudia como ela lida com os filhos – Enzo Celulari e Sophia Raia – e essa nova geração, sobre trabalhar fulltime ao lado do marido e ainda a rotina pessoal e profissional. Continue lendo! (por Paula Barros)
Glamurama – Casais reclamam que trabalhar junto não dá certo. Qual a fórmula de vocês?
Claudia – Não é o nosso caso mesmo (risos). Eu e Jarbas nos damos muitíssimo bem. Gostamos de estar juntos, acima de qualquer coisa. Temos muito em comum, nos entendemos no olhar. Costumo dizer que temos as mesmas referências e é isso mesmo. Dificilmente não estamos rindo de algo que a gente conversa. E o trabalho é só mais uma parte da nossa vida que dividimos. E é muito bom. Tão bom que estamos atuando em“Cantando na Chuva”, ele dirige “Fala Sério, Gente!” e eu produzo. Em time que está ganhando não se mexe.
Glamurama – O quanto isso acrescenta e incomoda na vida pessoal e profissional?
Claudia – Não incomoda. Trabalho e prazer andam muito lado a lado no nosso caso. Temos uma troca grande mesmo. Se surge uma ideia e estamos em casa, falamos e isso não é um problema. Ao contrário, vamos resolvendo uma porção de coisas, adiantando o que podemos. E ainda namoramos no meio disso, nos curtimos.
Glamurama – A peça vai falar sobre adolescência. Você sofreu ou ainda sofre com esse período dos seus filhos?
Claudia – Enzo teve uma adolescência bem tranquila. Ele se tornou um homem muito legal. Sou mãe babona mesmo. Sophia é uma grande parceira. Existem os dilemas da adolescência, mas nada que me faça sofrer. Ao contrário, sei o quanto sou sortuda com os dois. “Fala sério, Gente!”, por exemplo, quem deu a ideia de ter a Thalita Rebouças [escritora] e fazer a peça sobre a série de livros dela foi a Sophia. Os dois são bem maduros. Amo estar com eles, conversar, trocar impressões… Fico admirada com os seres humanos que eles são, de verdade.
Glamurama – Quando você sentiu que o Enzo já era um adulto? Ele foi do tipo namorador ou mais reservado?
Claudia – Ele sempre foi maduro para a idade. Sou mãe, chamo a tenção se for preciso, mas sou muito amiga. Cultivo essa parceria com meus filhos, quero que os dois tenham a mim como alguém que eles possam conversar sobre tudo. Mas eu percebi mesmo que o Enzo cresceu quando ele começou a cuidar da minha loja online, trabalhar nas estratégias de marketing e todos os outros projetos dele. Aí eu percebi: “Uau, o tempo passou”. Tenho o maior orgulho, porque ele é muito centrado, inteligente, tem talento para esse caminho empresarial. E ele é um rapaz tranquilo, namora, mas é mais na dele.
Glamurama – Você é uma mãe amiga, que fala sobre tudo ou deixa claro os limites entre mãe e amizade?
Claudia – Acho que temos que compreender nossos filhos. Ontem eu era apenas a filha, que tinha dilemas e sonhos. E tento me colocar no lugar deles. Impor limites não significa que não posso ser amiga, conselheira. Nunca tive problema com os dois. Mas eu sou mãe. Se é preciso alertar sobre algo, eu alerto. Sempre quis dar o exemplo do que é o correto. Não adianta só chamar atenção, falar coisas bonitas e não dar o exemplo.
Glamurama – Hollywood está em chamas com o escândalo envolvendo o diretor Harvey Weinstein. Você já foi vítima de “conduta imprópria” no ambiente de trabalho ou até de abusos sexuais?
Claudia – Eu tive uma situação de assédio quando morei em Nova York, quando tinha 13 anos. Estava hospedada num local e o dono do lugar tentou me assediar. Eu escapei dele e fui embora. Acho que aquela situação abriu meus olhos muito cedo. Sempre fui muito atenta e aprendi a me defender. Não podemos compactuar com assédio, com abuso de poder e nada disso. Que bom que esses casos estejam ganhando a mídia, para que isso não se repita mais. Nenhuma mulher merece passar por isso.
Glamurama – Já viu isso acontecer?
Claudia – No meu ambiente de trabalho, casos como esse do Weinstein eu nunca presenciei. Até mesmo porque eu não sou de ficar calada. Se vejo algo do tipo, é a minha cara me meter e dar um basta.
Glamurama – O que você mais gosta de fazer quando não está trabalhando?
Claudia – Adoro estar com meus filhos, com meu marido, curtir minha casa. Momentos de folga têm sido bastante raros nos últimos tempos, então eu tento descansar ao máximo. Além disso, acho que devemos cultivar nossas amizades e, por isso, sempre tento prestigiar meus amigos e passar bons momentos com eles. Aproveito também para aqueles compromissos como médico, dentista e tudo o que não consigo fazer normalmente por causa do trabalho. (por Paula Barros)
Cantando na Chuva
Teatro Santander
Quintas e Sextas, às 21h. Sábados, às 17h e 21h. Domingos, às 16h e às 20h
Sessões abertas até o dia 17 de Dezembro
Fala Sério, Gente!
Teatro das Artes
De quintas a sábado, 19h
Sessões abertas até o dia 11 deNovembro