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Penha (Clarissa Pinheiro)
Clarissa Pinheiro como Penha, na trama Amor de Mãe / Crédito: Rede Globo

Clarissa Pinheiro é uma jornalista que viu a sua vida mudar quando encontrou sua real vocação na profissão de atriz. Parece uma transição difícil, mas para a pernambucana aconteceu naturalmente. No começo, o teatro era apenas um hobby e, ao se mudar para o Rio de Janeiro e entrar em um curso de direção, Clarissa começou a ‘brincar’ de atuar.

“Em uma das disciplinas, comecei a ‘brincar de atriz’ no curta metragem dos meus amigos, e passei a me identificar muito. Nessa fase, sinto que estava me encontrando profissionalmente. E tudo se ajeitou quando fiz o teste do diretor Fellipe Barbosa, que era meu professor no curso. Passei e tive a minha primeira personagem, a Rita”, conta. Depois de estrear no longa “Casa Grande”, em 2014, e ganhar o prêmio de Melhor Atriz Codjuvante no Festival de Cinema de Paulínia, Clarissa começou a investir na profissão e não parou mais de trabalhar.

Aos 37 anos, a atriz, que já trabalhou em “Onde Nascem os Fortes”, “Justiça” e “Sob Pressão”, está em sua primeira novela, “Amor de Mãe”, e Penha é um grande desafio. “Parece que ainda estou em fase de preparação. É que a Penha começou a trama de um jeito, e já está completamente diferente agora. O que eu sabia no início é que ela trataria de um tema delicado, que é discriminação, hierarquia e abuso de poder”, revela. E esse é um momento importante da personagem na trama: a ex-empregada doméstica vai aparecer totalmente mudada. De viúva vingativa que se apaixona pelo alvo de sua vingança, Belizário (Tuca Andrada), ela se torna parceira dele no amor e no crime. E agora assume a posição de capanga do vilão Álvaro (Irandhir Santos). Já há quem diga que ela será uma espécie de Bibi Perigosa, vivida por Juliana Paes em ‘A Força do Querer’.

Quando questionada sobre seu maior sonho, Clarissa conta que quer continuar trabalhando cada vez mais. A meta? Ter uma carreira consagrada como a de Laura Cardoso e Fernanda Montenegro. Confira a nossa conversa com Clarissa Pinheiro e conheça mais sobre a atriz. (por Jaquelini Cornachioni)

Glamurama: Quando você decidiu que queria ser atriz? 
Clarissa Pinheiro: Na verdade, sou formada em jornalismo e estudava teatro por hobby. Quando me mudei para o Rio, entrei na escola Darcy Ribeiro, mas com o intuito de fazer direção. Em uma das disciplinas, comecei a ‘brincar de atriz’ no curta metragem dos meus amigos, e passei a me identificar muito. Nessa fase, sinto que estava me encontrando profissionalmente. E tudo se ajeitou quando fiz o teste do diretor Fellipe Barbosa, que era meu professor no curso. Passei e tive a minha primeira personagem, a Rita, do longa ‘Casa Grande’.

G: “Casa Grande” ganhou três prêmios no festival de cinema latino-americano, realizado em Toulouse, na França. E você faturou o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante no Festival de Cinema de Paulínea. Já havia se imaginado nessa situação?
CP: Não, com certeza não imaginava. A Rita foi o início de tudo, então fiquei muito surpresa. Nunca pensei que a personagem teria essa projeção. Mas foi a partir disso que eu realmente decidi investir na carreira.

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G: Você também atuou em “Aquarius”, “Aos Teus Olhos“ e “A Mata Negra”. Qual filme foi mais desafiador?
CP: Cada um teve o seu desafio. ‘Aquarius’ foi incrível porque, apesar de uma participação pequena, pude contracenar com Sônia Braga e, além de tudo, estar em Pernambuco. “A Mata Negra” foi curioso porque é um filme de terror, mexemos com sangue falso e foi uma novidade para mim. “Aos Teus Olhos” também foi um trabalho pequeno, mas lindo. E “Casa Grande” é o meu xodó, tenho um amor especial.

G: Você sente que hoje, na situação política atual, está mais difícil de fazer cinema?
CP: Sem dúvida! A situação atual está complicada, ninguém valoriza a cultura, os projetos não são mais aprovados. Mas precisamos resistir e sermos ainda mais criativos nesse momento. É nessa esperança de um futuro melhor que precisamos nos apegar.

G: Atualmente, você está em “Amor de Mãe” como Penha. Como se preparou para a personagem?
CP: Parece que eu ainda estou em fase de preparação. É que a Penha começou a trama de um jeito e está completamente diferente agora. O que eu sabia, desde o início, é que ela trataria de um tema delicado, que é discriminação, hierarquia e abuso de poder. Acho que o fato de, na infância, eu ter convivido com empregadas domésticas e ter uma relação bem próxima com elas me ajudou nesse papel.

G: Você acredita que, de certa forma, Penha “vingou” as empregadas domésticas ao não aceitar as desculpas de sua patroa?
CP: Eu diria que ela lavou a alma de muita empregada doméstica que está assistindo a novela e que sofre esse tipo de abuso dos patrões. E o melhor: acredito que a Penha fez uma vingança com classe, falou o que a patroa precisava ouvir.

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G: A Penha agora está em outra fase. O que você gostaria que acontecesse com a personagem?
CP: Gostaria que ela encontrasse paz no coração sem precisar se envolver com bandidagem, mas ela já está envolvida, e muito. O problema é que, para sair disso, é muito complicado. O personagem Sandro (Humberto Carrão) é um exemplo disso. Queria muito que a Penha fosse mãe e que a maternidade mudasse a vida dela.

G: Como é estar na trama das 9h na Globo? 
CP: Sabia que esse seria um trabalho com uma abrangência gigantesca, mas tento não pensar muito nisso. O que achei mais legal foi o reconhecimento na rua. As pessoas me veem e falam: “olha a Penha”. Alguns até dão dicas e conselhos para a personagem. É muito legal!

G: Aos 37 anos, quais são os seus sonhos pessoais e profissionais?
CP: Estou muito feliz. Quero que esses bons ventos nunca parem de soprar. Meu sonho é que continuem me chamando para trabalhos. Quero ter uma carreira como a de Laura Cardoso e Fernanda Montenegro.

G: Você sonha em contracenar com algum ator específico?
CP: Olha que engraçado: há uns dois anos meu sonho era atuar com o Irandhir (Santos), e hoje estou em uma novela com ele. Gosto muito da Fabíola Nascimento, e algumas pessoas falam que somos parecidas. Acho que seria legal uma novela em que fôssemos irmãs!

G: Que ator pernambucano deveria ser mais conhecido do grande público na sua opinião?
CP: Eu sou muito fã do Rodrigo Garcia. Ele merece mais reconhecimento e espaço, com certeza.

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