Angélica, Grazi Massafera, Bruna Marquezine e Fábio Assunção estão na sua lista de alunos – quem puxou o bonde dos famosos foi Bruno Gagliasso, seu amigo há anos e compadre. E é por isso que o personal trainer, que ganhou fama nas redes sociais, vive ouvindo por aí: “Tem como ficar com o corpo da fulana ou do sicrano?”. Aos 38 anos, formado em educação física, faixa preta em jiu-jítsu, praticante de boxe e muay thai, Chico Salgado defende que cada um deve procurar sua melhor versão em vez de se espelhar no outro. No bate-papo, o “personal das estrelas”, que já atuou em filmes e novelas, conta ainda que são as mulheres que o inspiram. (por Fernanda Grilo)
J.P: Qual a frase que mais ouve como profissional?
Chico Salgado: “Chico, tem como eu ficar com o corpo da fulana ou ciclano.”
J.P: E o que responde?
CS: Não, infelizmente não tem. Se olhe no espelho, se ame do jeito que você é, se aceita. Aí sim poderei buscar sua melhor versão.
J.P: A primeira coisa que vai fazer quando a pandemia acabar?
CS: Treinar jiu-jítsu com a academia lotada, até não aguentar mais, com 30 pessoas diferentes no mínimo. (risos)
J.P: Como se tornou personal trainer?
CS: Sempre fui atleta de jiu-jítsu e meu professor de luta me inspirou a cursar educação física. Meu primeiro aluno foi o Bruno Gagliasso, nos conhecemos desde 13/14 anos. Ele precisava perder peso e o auxiliei nessa missão. Me apaixonei por dar aulas e não parei mais.
J.P: Gagliasso ainda é seu aluno?
CS: Sim. A única coisa que rola é que uma aula de uma hora acaba virando três por conta dos bate-papos, brincadeiras com a minha sobrinha Titi…
J.P: Qual sua aluna mais preguiçosa? E a mais aplicada?
CS: Aí você quer me quebrar. Sem nomes, por favor. (risos)
J.P: Treinar o Fábio Assunção foi um dos maiores desafios da sua carreira?
CS: Sim. O comprometimento, entrega e vontade de mudar foram fundamentais. Ter ajudado ele a virar essa chave interna para a atividade física é um orgulho muito grande.
J.P: Qual foi a mudança que destaca na sua profissão desde que começou?
CS: Ser professor de educação física era sinônimo de ser um ‘cara’ que queria ter ‘vida boa’, sem perspectiva de ser bem-sucedido. Ainda tem muito para melhorar, mas já vejo que temos respeito e admiração das pessoas.
J.P: Qual o erro que todo mundo comete na rotina de exercícios?
CS: A maioria é imediatista. Acha que vai treinar um ou dois meses e conseguir o tão sonhado físico definido. Essa mudança não é da noite para o dia.
J.P: Mania?
CS: Falar muito “poh” entre uma frase e outra. Hoje em dia está bem melhor, mas ainda solto…(risos)
J.P: Vício?
CS: Atividade física. Não só pela saúde e estética, mas questão fisiológica. A endorfina é o hormônio responsável por promover a sensação de recompensa e bem-estar depois dos exercícios. É um vício bom, mas preciso me policiar para não passar dos limites.
J.P: Comida que te faz quebrar a dieta?
CS: Meu ponto fraco é a comida japonesa. Hmmmmmm! Final de semana com comida japonesa é um final de semana feliz.
J.P: Talento que ninguém conhece?
CS: A persistência. Quando quero uma coisa vou até o fim. Até conseguir.
J.P: Você já atuou. Se arriscaria como ator?
Sim, me arriscaria de novo. Já atuei nos filmes Tropa de Elite 1 e 2, na novela Fina Estampa com o Dudu Azevedo, era sparring deles nas cenas de luta, e fiz um lutador americano em Malhação.
J.P: Momento de mau humor?
CS: O que me tira do sério é não conseguir fazer meu treino. Chego em casa e minha esposa já sabe: “Está com essa cara porque não treinou”.
J.P: Se pudesse mudar alguma coisa em você, o que seria?
CS: Sou preguiçoso para aprender coisas novas, ainda mais na parte tecnológica. Às vezes sinto que meu filho de sete anos já mexe melhor no celular que eu, e olha que trabalho com isso.
J.P: Quem te inspira?
CS: Tenho a referência de tantas mulheres fortes e incríveis. Minha esposa Cíntia Rosa, que cresceu na comunidade do Vidigal e graças à educação e apoio que recebeu foi a luta e desenhou a história dela. A Angélica é uma mulher incrível, supermãe e superprofissional. Grazi veio de Jacarezinho (PR) atrás do seu sonho, agarrou as oportunidades.
J.P: Um orgulho?
CS: Da minha profissão, transformar a vida das pessoas através da atividade física é minha missão.
J.P: Extravagância?
CS: Pegar meu filho e dar um mergulho no mar de tarde quando algum aluno meu me dá bolo.
J.P: O melhor e o pior da quarentena?
CS: O melhor é ficar grudado com minha esposa e meu filho, desenvolver a habilidade de ensinar por lives e curso online. Pior foi não exercer minha profissão de maneira tradicional.
J.P: O que diria para o coronavírus?
CS: Já deu né Corona?! Bora sair fora?
J.P: Uma frase?
CS: Você não precisa de mais motivação, você precisa de disciplina.
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