Carolina Dieckmann em dose dupla nas redes sociais? A gente explica. Ela é a mais nova adepta do Instagram como meio de expressão artística. Tudo começou há bem pouco tempo, em dezembro, quando a atriz criou uma personagem, uma espécie de alter ego mais ácido, um perfil novo no insta, e apresentou Eugênia, descrita como ‘sommelier de biscoito Globo, graduada em sessão da tarde, fingindo normalidade após cada caixote. The book is on the insta’. “É um livro vivo. Uma conta no Instagram de uma pessoa ficcional. Uma brasileira, entre 30 e 40 anos, que tem 3 filhos, mora em Lisboa, e está ali para compartilhar o olhar dela sobre o mundo”, contou Carol, direto de Miami para o Glamurama.
De peruca escura e franja, com os olhos castanhos, a atriz assume a identidade de Eugênia na conta @mechamade_eu, que em menos de um mês e com apenas 15 posts já soma quase 4 mil seguidores. Por meio de vídeos, em que fala de questões pessoais e da realidade que vivemos, pandemia e quarentena, ou de fotos genéricas, ligadas à personagem, Carolina vai aprofundando os contornos do universo de Eugênia.
E como surgiu essa história? “Essa pergunta tem duas respostas. A primeira é que ela surgiu de uma insônia. Acho que a Eugenia queria muito nascer e me apareceu nesses dias em que a gente perde o sono, fica meio que sonhando acordado. A segunda, é que as crônicas que a Eugênia interpreta foram originalmente escritas para um livro, da Vivian Mayrink. Ela me convidou para ilustrar e por isso tive acesso aos textos. Só que o texto despertou minha vontade de interpretar e também de criar um formato independente, com mais autonomia sobre todas as escolhas, estéticas conceituais, sobre tudo. Então eu e a Vivi escolhemos o Instagram justamente pela linguagem livre e pelos desdobramentos imprevisíveis que isso pode trazer. A gente está contando uma história com as ferramentas que estão ali, não tem só uma linha de chegada. Esperamos que a Eugênia evolua com nossas próprias questões e com as questões do mundo também”, revela a atriz, emendando: “Essa personagem não existia. Foi tudo criado a partir dos textos. Uma personagem que nasceu dizendo sobre si e fomos podando as arestas, dando um contorno pra ela”.
E Eugênia pode se tornar algo maior? “Não sei ainda se pode se tornar um livro ou um programa. É uma coisa totalmente experimental que estou amando fazer. Durmo e acordo pensando na Eugênia, adoro o resultado e a maneira como as pessoas estão interagindo. Espero que ela tenha um fôlego”, finaliza Carolina.
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