Acaba de acontecer a palestra mais esperada desta edição da Flip, a conversa de Chico Buarque e Milton Hatoum acerca do tema “Sequências Brasileiras”. A primeira fila estava estrelada, como não podia deixar de ser. Malu Mader, Regina Casé com o marido Estevão Ciavata, Paulo Betti, Amyr Klink, Hugo Barreto e Betty Goffman, Gay Talese, Rafael Cortez, Marina Person, Vânia Toledo, Cristiana e Gustavo Franco, Guel Arraes e Carol Jabor e Pedro Moreira Sales prestigiaram os autores. Também presentes estavam: Rafael Cortez, Malu Mader, Frei Betto, Lauretta, Ana Jobim, Tininha Kós e Dado Salém e Marina Person e Gustavo Moura, entre outros.
* Chico Buarque surpreendeu. Aqueles que esperavam um autor tímido se depararam com um Chico à vontade, discorrendo de forma clara e divertida sobre o novo livro, “Leite Derramado”. Milton Hatoum também esteve muito bem e, contrariando previsões, não foi ofuscado pelo famoso companheiro de palco. Quando leu um trecho de seu novo livro, “Os órfãos do Eldorado”, aliás, foi ovacionado. O livro trata de questões amazônicas, históricas e culturais, mundo do qual o amazonense fala com propriedade. Sobre isso, o autor disse ser um regionalista confesso, mas nem por isso deixa de ser universal.
* No final, já descontraídos, os escritores responderam perguntas do público. Uma delas, dirigida a Chico Buarque, perguntava se ele continua acreditando que a Santíssima Trindade da literatura era Kafka, Flaubert e Dostoevsky – como ele dissera em outra edição da Flip. Chico explicou, então, que aquilo não passou de uma brincadeira. A alfinetada era dirigida aos novos autores que reclamam por não vender livros, mas só lêem clássicos alegando não gostar de literatura contemporânea. Milton Hatoum adorou e concordou em gênero, número e grau.
* Aqueles que esperavam Chico com seu habitual ativismo político foram presenteados no final quando ele – cumprindo uma promessa feita a movimentos sociais momentos antes da palestra – pediu a atenção do público para o turismo predatório que tem invadido Paraty e expulsado comunidades indígenas. Segundo o autor, a Flip não faz parte desse tipo de turismo e é preciso que os presentes ajudem a preservar a população nativa da região. Recado dado!
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