Camila Queiroz mal começou e já virou estrela do primeiro time. Aos 23 anos, apenas dois deles na TV, ela é linda, decidida e pé no chão.
Por Thayana Nunes para Revista J.P de maio | Fotos: Maurício Nahas
Quando as meninas queriam brincar de esperar o príncipe encantado, ela estava dirigindo peça de teatro. Com 10 anos, reunia as crianças de seu bairro, em Ribeirão Preto, para fazer circo, concurso de dança e desfile de miss. Corta. Aos 14, é incentivada a morar em São Paulo para seguir carreira de modelo. Viaja o mundo para participar de editoriais de moda e publicidade. Mora na Alemanha, Japão, Nova York, Milão, Paris. Corta. Uma jovem atriz chama a atenção de todo o Brasil com Angel, em “Verdades Secretas”, de Walcyr Carrasco. É seu primeiro trabalho na televisão, com direito a várias cenas de nudez e muitos elogios da crítica. Logo é considerada atriz revelação e a trama, a melhor desde “Avenida Brasil”. Corta.
A trajetória de Camila Queiroz pode até parecer um roteiro de sucesso, mas se engana quem pensa que ela leva uma vida de princesa. Nascida em uma família “muito humilde”, como ela sempre enfatiza, não foi fácil chegar onde está hoje. Superpé no chão – “cresci com o pé na terra” –, Camila saiu de casa decidida a trabalhar e fazer o seu melhor. Conta que nunca bebeu ou fumou e, durante sua temporada como modelo, a primeira “balada” foi só aos 19 anos. Tudo o que ela queria mesmo era ganhar o mundo para seus pais e dar uma vida melhor a eles. “Eu sabia que dependia única e exclusivamente de mim.”
Deve ser por esse motivo que ela parecia tão focada neste ensaio para a J.P. Camila passou como um furacão pela nova Casa Glamurama, local ideal para o clima sessentinha das fotos destas páginas. A cada troca de roupa, mil caras e bocas, de quem sabia muito bem o que estava fazendo. Quando jogou o casaco Louis Vuitton para o alto dando um largo passo diante das lentes de Maurício Nahas, a produção vibrava: “Olha essa foto!”. “Lindaaa!” No entanto, apesar dos vários elogios, Camila permanecia ali, focada. Apenas esboçava um sorriso tímido. Só engatou o modo relax mesmo quando o gato Snow chegou para os cliques. Aliás, foi ela que insistiu para a nossa diretora de arte – a dona do bichano – ir buscá-lo. Aí, o ensaio, que já estava bom, ficou ainda melhor.
CLAQUETE
“Pega Pega”, a nova trama das 7 da Globo, é o terceiro trabalho de Camila e seu segundo como protagonista. E veja só: em apenas dois anos de carreira na TV. Ela pulou a famigerada fase “Malhação”, vista como um laboratório da emissora. Se já sentiu alguma pressão por ter entrado direto em uma novela das 11? “Acho que não existe essa regra e nem sei se já teve isso. Tem tanta gente que não fez. Olha a Bruna [Marquezine]”, diz ela, sem titubear – se esquecendo que Bruna, na verdade, é atriz desde criança. Perguntamos então se o universo artístico é meio… “preconceituoso?” e ela completa a frase. “É sim. Senti isso em ‘Verdades’, mas aos poucos fui conquistando respeito. Mostrei que não estou aqui pelos 15 minutos de fama e nem para trazer polêmica”, diz. Em seguida, complementa: “Acho que os problemas vêm quando a gente quer enxergá-los, né? Eu foco em mim e pronto. Se a pessoa quer falar mal, que ela sofra sozinha!”, declara, toda segura de si, jeito que parece ser inerente a Camila. Como modelo, por exemplo, ela dava a volta por cima quando perdia trabalhos por ter o rosto infantil demais. Escutava que tinha “o corpo que os estilistas queriam, mas que o rosto não vendia”. Entendeu como tudo funcionava e partia para outro casting, numa boa. “Sempre tive cara de novinha. Sou da turma das meninas que têm bochecha.” Já como atriz, também nada de se intimidar ao dividir cena com Marieta Severo, Elizabeth Savalla ou, agora, com Marcos Caruso e Irene Ravache. “Sempre me cercaram de pessoas bacanas. E todos me ensinam muito”, diz ela, que nunca fez cursos ou faculdade de teatro, somente os estudos de preparação para cada novela – que, aliás, parecem que dão certo: ano passado, rendeu o prêmio de atriz revelação a Camila no Melhores do Ano, do Faustão. “Meu lema é: faça benfeito.”
SELFIE
O foco no trabalho é tanto que sobra pouco tempo para se divertir. A vida agora é casa/Projac e Projac/casa. No Instagram da moça, por exemplo, fotos e mais fotos de gravações ou de alguma publicidade – está se tornando a nova queridinha das marcas. Ela acha “surreal quem passa 24 horas se filmando”. “Poxa, a gente não precisa saber do seu dia 100%, ok?”, diz, mandando recado. O namorado, Klebber Toledo, também está por lá, mas aparece só de vez em quando, porque ela quer preservar o que “resta de sua privacidade”. No ano passado, Camila se viu, pela primeira vez, em meio a notícias ruidosas sobre o início da relação, que começou depois que contracenaram em “Êta Mundo Bom!”. Ela tinha acabado de terminar outra relação de três anos e não deu outra para o burburinho começar. Bem-vinda ao universo dos famosos. “Não tenho problema com isso. Sei do meu caráter. Estou aprendendo a ligar o ‘f’, literalmente.” Se acha que o sucesso pode atrapalhar uma relação, tem opinião na ponta da língua: “Só se você não segurar a onda. Nosso universo é muito propício, né? Para o estrelismo. É muita coisa que faz achar que você é o melhor do mundo. Se não voltar para o chão você entra nessa onda. Mas o que é o sucesso, né? É muito relativo e muito passageiro”. Bom, se depender de Camila Queiroz, esse sucesso vai longe.
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