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Camila Pitanga em um papo-cabeça na Revista J.P

Por Julia Furrer para a revista Joyce Pascowitch de julho

Encontrar uma personagem de capa que tivesse o que dizer era requisito número 1 para uma edição-cabeça. Aos 37 anos, Camila Pitanga fala com desenvoltura, gosta de filosofar e é inquestionavelmente inteligente. Ao saber o tema do mês e, por conta dele, a proposta de uma entrevista diferente, com perguntas mais reflexivas, a atriz comemorou: “Não aguento mais responder sobre a minha dermatologista”. Suas escolhas ao longo da carreira deixam claro a vocação cult: Camila se prepara para interpretar a terapeuta Rita na terceira temporada da série “Sessão de Terapia”, dirigida por Selton Mello e exibida pelo canal GNT. Em comum com a personagem, a atriz, que faz terapia desde os 19 anos, aponta o desejo de realizar, de resolver e até mesmo a ansiedade. “A Rita tem uma falha como terapeuta porque não consegue deixar de se envolver com os pacientes. Sou assim com meus personagens. Acabo deixando que eles invadam um pouco a minha vida e sempre me abalo emocionalmente.” A seguir, Camila encara dez perguntas que deixam revelar sua personalidade.

Do que você fala quando “senta no divã”?
Depende da fase. Já falei muito de família para descobrir meu “pertencimento” e entender minhas repetições. Outro assunto recorrente é a profissão. Trabalho para saber identificar meus limites e tentar não ficar refém dos meus medos.

Você se diz intensa com todos os seus personagens. Como lida com isso?
Eu mergulho. Meu prazer é justamente esse. Acho que a vida fica mais rica quando encaramos esse abismo. É por isso que faço terapia desde os 19 anos. Tenho vontade de me aprofundar, de me conhecer. Poderia passar mais alheia a algumas coisas, mas não fujo da briga.

Você tem algum arrependimento?
Não. Acho que lido bem com meus fracassos.

Você se sente pressionada em um mundo que parece exigir a felicidade a todo custo?
Tenho aprendido a conviver com o que me alegra e o que me atormenta. Acho que essa ideia de felicidade é, na verdade, uma grande utopia. Ser feliz é mais simples. Não tem a ver com drama, nem euforia. Mas esse equilíbrio é um pouco idealizado porque a gente não se prepara para isso. A gente vive.

Como você faz para manter a mente sã?
Trabalho. Preciso ocupar a mente porque sou muito ansiosa.

Você tem uma boa autoestima?
Como toda mulher, sim e não. Depende do período do mês. Com tantos hormônios, é impossível acordar todos os dias se achando linda.

Como você lida com a sua sensualidade?
Acho que ela está na minha voz, na maneira como eu danço, no jeito que conto uma história, na minha espontaneidade. Não é nada pensado. Acho que sou mais sexy quando estou mais natural.

Tem medo de envelhecer?
Tenho medo de ficar doente. Envelhecer, já estou envelhecendo e acho que estou legal. Perdemos a juventude, mas ganhamos tantas outras camadas de sabor, conhecimento, encontros…

A gente não vê muitas fotos suas por aí. Você se relaciona bem com paparazzi?
Sou bem reservada e costumo evitar os lugares em que sei que eles costumam ir, mas claro que às vezes acontece. Já fui muito reativa, achava um absurdo. Hoje em dia estou mais relax, mas continuo achando chato ter de pensar na roupa que vou vestir para ir ao aeroporto. E, com certeza, às vezes tenho vontade de não ser reconhecida. Tem dias que estou triste, querendo silêncio ou dando atenção para a minha filha.

O que mudou depois da maternidade? (Camila é mãe de Antonia, 6 anos)
Eu tenho dificuldade de responder isso porque acho que a gente muda o tempo todo. A cada etapa de vida, a cada temporada de trabalho. Minha vida não tem um ritmo tão claro. Onde eu estou vivendo, o que estou pesquisando é que determina minhas mudanças. Mas acho que o principal é que o mundo deixa de ser centrado na sua pessoa, porque tem esse ser que depende de você. Isso é mesmo transformador.

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