Camila Pitanga viu “Juntos a Magia Acontece” nascer. A atriz participou, em 2017, como uma espécie de orientadora, da primeira edição do Laboratório de Narrativas Negras para o Audiovisual, feito pela Globo em parceira com a Flup. Foi lá que ela conheceu a jovem autora Cleissa Regina Martins, hoje com 24 anos, e o argumento que deu origem ao especial de Natal. Tempos depois a atriz foi convidada por Maria de Médicis, diretora artística do projeto, para integrar o elenco. Camila interpreta Vera, professora que precisa cuidar da filha Letícia (Gabriely Mota), superar a morte da mãe, Neuza (Zézé Motta), e ajudar o pai, Orlando (Milton Gonçalves), a se reerguer do luto.
‘Juntos a Magia Acontece’ vai ao ar no dia 25 de dezembro e tem no elenco, além da turma citada acima, Fabrício Boliveira, Tony Tornado, Ícaro Zulu, Aracy Balabanian, Francisco Cuoco, Alice Wegmann e Zezé Polessa. Camila Pitanga fala mais sobre sua personagem.
O que a depressão de Orlando e o retorno do irmão André (Fabrício Boliveira) provocam em Vera?
A morte da mãe, a dificuldade financeira e o retorno de um irmão ausente exigem dessa família um processo de recomposição, de novo entendimento sobre seus papéis. Acho bonito que nessa nova recomposição, esse pai entende que pode, ainda que ele seja aposentado, contribuir e de permanecer ativo. O espírito do Natal para mim é o símbolo deste homem que quer se conectar com a vida que segue, com os filhos, com a neta… A volta desse irmão nessa situação de Natal também trata disso. Quer data mais simbólica da família que o Natal? É uma data que muitas pessoas pontuam suas dores, suas ausências…
Como é sua relação com o Natal?
Hoje uma realidade muito alegre do Natal. Mas nem sempre foi assim. Quando meus pais se separaram, tive Natais em que a gente soube ser feliz, ainda que fôssemos só três pessoas: eu, meu pai e meu irmão, Rocco (Pitanga), ou que a gente estivesse dentro do Natal de outra família. Mas tinha alguma coisa que era um buraco, uma dor. Com o advento do meu pai, Antonio Pitanga, ter se casado com a Bené (Benedita da Silva), comecei a ter Natal com um monte de crianças. E, com o passar do tempo, minha mãe (Vera Manhães) se juntou com a gente e a Bené, e eu tenho muito orgulho disso. Para mim, passar o Natal em família é com todo mundo que você se sente bem. Afinal, existem tantos tipos de famílias… Às vezes, a família pode ser a dos amigos, pode ser o avô com suas netas, a da dona de um orfanato com as crianças…
Para você qual o simbolismo de ter um Papai Noel negro no especial?
Quando vi o Milton (Gonçalves) vestido pela primeira vez meus olhos encheram d’água. Porque é algo que diz muito sem ser panfletário. Quem disse que Papai Noel não pode ser negro? Se é uma ficção que a gente aceita, essa ficção pode ter muitas caras e que assim como é importante as crianças verem bonecas com a sua cor, com seus cabelos, é muito simbólico ver um homem negro como Papai Noel. Fazer um especial de Natal que fale sobre a história de uma família negra é motivo de muito orgulho.
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