Publicada na terça-feira passada (24) em vários países e em diferentes línguas, a aguardada autobiografia de Britney Spears, “A Mulher em Mim“, bateu recordes de vendas na categoria de memórias de celebridades, na qual já figura como o maior sucesso em todos os tempos com cerca de 400 mil cópias vendidas por dia ao longo da última semana. Isso significa que a obra da popstar americana de 41 anos superou as vendas do explosivo e igualmente estrelado ‘tell-all’ do príncipe Harry, “Spare”, lançamento de janeiro que então havia estabelecido um novo recorde mundial como o livro de não-ficção mais vendido rapidamente.
Spears, cujo último trabalho literário lidera as vendas da Amazon (e-commerce) e da Barnes & Noble (lojas físicas), agradeceu aos fãs pelo apoio no Instagram. Especula-se que as vendas em pré-lançamento de “A Mulher Em Mim” (“The Woman In Me”, no título original em inglês) podem ter ultrapassado a marca 9 milhões de cópias – algo que a editora Simon & Schuster não comenta. Para efeito de comparação, o best-seller “Becoming”, de Michelle Obama, vendeu 1,4 milhão de cópias em sua primeira semana e ultrapassou 14 milhões no primeiro ano.
Embora a intérprete de “Toxic” tenha evitado conceder entrevistas presenciais desde 2018, o livro dela resultou em ampla cobertura da mídia global desde que foi anunciado. Seu conteúdo revelador inclui detalhes sobre ex-namorados, como Justin Timberlake, e as dinâmicas familiares com o pai Jamie Spears. A cantora escreveu recentemente no Instagram que o livro, além de conter sua versão dos fatos sobre questões de sua intimidade que se tornaram praticamente temas de interesse nacional nos Estados Unidos nos últimos anos, também espera reconstruir algumas pontes com os fãs, sobretudo aqueles que se sentem solitários ou incompreendidos como ela afirma ter sido.
De acordo com o TMZ.com, Spears recebeu um adiantamento de US$ 12,5 milhões (R$ 63 milhões) para escrever o livro e ganhará 25% dos lucros líquidos (não das vendas brutas), uma vez que o adiantamento seja recuperado. Um “Volume 2” já está previsto para meados de 2024, conforme anunciado pela autora do original, também no Instagram. Em tempo: o escritor e jornalista americano Sam Lansky a ajudou com os escritos, como ghost-writer.
O diferencial da ‘princesinha do pop’ em toda essa história é que Harry e Obama, por exemplo, optaram por uma estratégia de promoção abrangente quando publicaram seus respectivos livros de memórias, incluindo várias participações em programas hypados da televisão americana, editoriais em revistas idem e por aí vai.
Spears, por sua vez, decidiu deixar suas polêmicas falarem por si, abandonando o manual tradicional de promoção de autobiografias de celebridades, e uma escolha que não parece ter afetado as vendas iniciais. A partir da próxima terça (07) os números reais desse seu novo hit nas paradas serão divulgados.
Fenômeno editorial pop
O boom das autobiografias de celebridades não é exatamente novo. A atriz francesa Sarah Bernhardt, frequentemente considerada a primeira celebridade moderna, talvez tenha escrito a primeira obra do gênero, “My Double Life”, publicada em 1899. Desde então, as memórias escritas de famosos praticamente dominaram o mercado de livros de não-ficção.
Nesse contexto, vale notar que seis dos acordos de livros com os adiantamentos mais caros já feitos foram para a categoria de memórias, de acordo com a Statista. Atualmente, três dos bestsellers de não-ficção do The New York Times são livros de memórias.
O sucesso nas autobiografias de celebridades foi particularmente acentuado durante a pandemia. Segundo a Nielsen BookScan, o mercado editorial viu um ressurgimento com a quarentena, com 213 milhões de livros vendidos em 2020 e 2021. De maneira geral, as vendas de livros de memórias de celebridades dobraram nos últimos cinco anos e estão a caminho de atingir a marca de um bilhão de dólares em receitas geradas até o final do ano, em grande parte graças a Spears e outras celebs com outros casos para compartilhar.
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