Pois é: esse tempos cinza chumbo, em algum momento, em algum lugar, têm de ter algo de bom. Tem de ter alguma coisa boa, uma entrada de luz. Não quero dizer que isso, essa onda esquisita, não sirva pra nada: tenho certeza que as mudanças que virão depois serão bem-vindas e poderão nos esclarecer em muitos pontos ainda bem obscuros, nebulosos. Seja no campo profissional, com toda essa reviravolta, esses antigos empregos e trabalhos que estão sumindo –mas vale lembrar que muitos outros estão surgindo, mudança de paradigmas – ou no âmbito pessoal, nas relações antes calcadas em aparências e regras ultrapassadas e agora, fluidas e mais verdadeiras. Pois bem, nesse mar de novidades e de terrenos pantanosos, um de meus programas favoritos virou ir a livrarias. Pera aí: não seria essa uma novidade, mas sim o motivo. Ir a livrarias hoje em dia, além de servir para folhear, pesquisar e comprar livros , virou uma maneira de socializar. De encontrar pessoas que pensem parecido comigo, que estejam indo em busca de abastecer a cabeça e a alma com boas coisas, com “alimentos escolhidos” , “organicos”, saudáveis, verdadeiros. A verdade é que passei a encontrar cada vez mais pessoas interessantes cada vez que eu vou a alguma livraria (frequento mais a Martins Fontes da Paulista, a nova Travessa, em Pinheiros, a da Vila da Lorena e da Fradique). Esses lugares passaram a ser portos seguros, onde sei que posso ir tranquila, onde vou com certeza encontrar gente bacana, conversar com pessoas que mesmo que pensem diferente de mim, pensam. Sim, o importante não é ser igual – e nem diferente. O importante é ser aberto, arejado, querer trocar para poder talvez entender melhor tudo em volta. Bem vindos ao novo social: não tem gin tônica nem vinho branco, mas tem musiquinha de fundo. E um prazer enorme no ar…
- Neste artigo:
- Eu Joyce,
- Livraria da Travessa,
- Livraria da Vila,
- Martins Fontes,