Adepta da nutrição natural, Bela Gil arrasa na cozinha, nas câmeras e também nos livros. À frente do programa “Bela Cozinha”, a filha de Gilberto Gil reuniu seus melhores pratos para o livro “Bela Cozinha – As Receitas”, lançado nessa quarta-feira, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, em São Paulo. Em conversa com o Glamurama, Bela quebrou tabus como ter de se alimentar de três em três horas e beber água a todo instante. E ainda deu dicas para uma dieta ideal.
Por Denise Meira do Amaral
Glamurama: O que seu livro traz de especial?
Bela Gil: O livro traz as receitas da primeira temporada do programa. São 54 receitas, mais três inéditas. Todas têm um texto de introdução, explicando sobre cada alimento e os motivos pelos quais eu escolhi cada uma. Tem esse “a mais” para o leitor. Acho legal ter um livro que explica as receitas.
Glamurama: Quais são as suas receitas preferidas do livro?
Bela Gil: Gosto muito do bolinho de arroz com painço, do quibe vegetariano e da batata frita que não é frita (risos), é feita no forno.
Glamurama: Como você define sua culinária? Ela é macrobiótica?
Bela Gil: É uma mistura de macrobiótica, ayurveda e vegana. Eu chamo de culinária natural. Acredito no equilíbrio das energias dos alimentos. Ela exclui os alimentos industrializados e enlatados porque são alimentos sem vida. Prezo produtos frescos porque têm mais energia e mais vida.
Glamurama: Qual a influência de seus pais na sua alimentação?
Bela Gil: Meus pais sempre comeram muito bem. Eu cresci comendo o que eles comiam, mas também comia besteiras fora de casa. Então, quando eu mudei minha alimentação, aos meus 14, 15 anos, não foi tão radical porque eu já tinha o exemplo em casa.
Glamurama: E por que se deu essa mudança?
Bela Gil: Mudei depois que comecei a praticar yoga, na minha adolescência. Foi um caminho sem volta [risos]. Fiquei quatro anos sem comer carne, comecei a comer tudo integral, cortei açúcar e refrigerante, que eu já não tomava muito.
Glamurama: Você ainda não come carne?
Bela Gil: Hoje em dia já como, uma vez por semana, mais ou menos. Não sou vegetariana. Mas não como qualquer carne, de qualquer lugar. Tenho os meus critérios.
Glamurama: Qual é o seu prato que seu pai mais gosta?
Bela Gil: Minha feijoada vegetariana. Ele até come carne, mas muito pouco.
Glamurama: E qual é o seu prato preferido?
Bela Gil: Adoro arroz integral e feijão com verduras, legumes e farofa. Sou uma pessoa super feliz com esse prato.
Glamurama: Ter feito faculdade nos Estados Unidos trouxe um olhar novo para a nutrição aqui no Brasil?
Bela Gil: Me ajudou a entender outras culturas. Os Estados Unidos têm uma mistura forte de etnias. Aprendi muito sobre a alimentação de outros países, como a Índia e o Japão. Mas eu carrego também outras visões, estudei macrobiótica, ayurveda e outros tipos de nutrição mais alternativos que me fazem ter um olhar diferenciado.
Glamurama: O que os brasileiros poderiam adotar da culinária americana?
Bela Gil: Nossa culinária é 300 vezes mais rica que a americana. Eles definitivamente não têm uma culinária boa. É o único país que você não vai pela culinária. Eles comem muito “fast food”. Só hambúrguer e batata frita. A gente não quer copiar isso. A gente pode copiar sim a mistura de outras culinárias que eles têm.
Glamurama: O que você não come de jeito nenhum?
Bela Gil: Produtos altamente industrializados, como salgadinhos, biscoito de pacotinhos, refrigerantes, não como nada que tenha aditivos químicos. Como produtos frescos, frutas, legumes.
Glamurama: Deixar de comer produtos industrializados é um tanto difícil no dia a dia, não?
Bela Gil: É uma questão de planejamento. Planejamento é a palavra-chave. Se você sai de casa sabendo que vai passar o dia todo na rua, você pode levar frutas, castanhas, pode fazer pão em casa no domingo e levar para comer durante a semana. Mas se tiver que comer na rua, procure frutas secas, ou sucos e vitaminas. Ou então não come nada [risos].
Glamurama: Quais alimentos não devem faltar em uma dieta para uma vida mais saudável?
Bela Gil: Bastante cereal integral, arroz integral, legumes, verduras e folhas verdes escuras. Todo mundo precisa comer alguma coisa verde por dia.
Glamurama: Qual é a melhor dica para quem quer emagrecer?
Bela Gil: Parar de beliscar é um bom começo. Quem passa o dia todo comendo deve prestar atenção. Fazer três refeições por dia já é suficiente. Não precisa ficar comendo toda hora. Outra dica é tomar sopa à noite. O ideal é comer pouco no café da manhã, bastante no almoço e pouco no jantar. Isso porque a gente digere melhor no almoço. Já doce, se for comer, é melhor à tarde, longe das refeições, porque atrapalha a digestão.
Glamurama: Quais são as máximas espalhadas por aí, que não são bem verdades? Você já disse que beber água em excesso não é bom, assim como comer de três em três horas também não.
Bela Gil: Tem gente que precisa comer de três em três horas. Depende muito da pessoa. Mas não é regra que é bom comer de três em três horas. Nosso organismo precisa digerir bem a comida pra gente começar a comer de novo. Se você come de três em três horas, não dá tempo do organismo digerir o almoço. É importante dar esse espaço para o organismo se limpar, que deve ser de quatro a cinco horas. E quanto a água, a gente deve tomar somente quando sente sede. Nosso organismo tem um mecanismo de saber quando a gente precisa de água, que é a sede – uma forma do corpo avisar pra gente não se desidratar. Temos que respeitar esses sinais. É melhor a gente tomar pouca água ou chá durante o dia, em pouco quantidade, mas com mais frequência, do que passar o dia sem tomar água e tomar tudo de uma vez só. Mais importante que a quantidade é a frequência. Tomar muita água dilui o sangue.
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Confira o lançamento do livro “Bela Cozinha – As Receitas”, que aconteceu nessa quarta, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, em São Paulo:
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