Bela Gil lança desafio do açúcar e endócrino comenta sobre os malefícios

Bela Gil, conhecida por suas receitas naturebas, postou em seu Youtube o #desafiodabelaçúcar. A nutricionista explicou que o açúcar está presente em alimentos que sequer imaginamos como molho de tomate, pães e defumados e diz que o brasileiro consome este ingrediente em excesso.

Pegando carona no assunto, Glamurama conversou com o endocrinologista Pedro Assed: “Nós ligamos açúcar apenas à obesidade e diabetes, mas o seu excesso pode causar também problemas no fígado, cérebro e dentes”. Ele também alerta para o consumo de produtos light e diet, “ingerir alimentos e bebidas com esses rótulos pode ser uma cilada, pois eles costumam ter açúcares sim, só não tão expostos quanto em outros produtos”, conta. Os brasileiros consomem em média cerca de 150 gramas de açúcar por dia, quando o recomendado pela OMS é que isso fique no máximo em 50g, o correspondente a menos de 10% do total de calorias consumidas num dia. Confira abaixo a entrevista com Pedro Assed.

Quais são os males que o açúcar causa ao corpo?
O açúcar provoca a formação de AGE`s (Advanced Glycation End Products) ou traduzindo do inglês Produtos Finais da Glicação Avançada, que são subprodutos do metabolismo da glicose que em última análise favorecem a apoptose celular precoce levando as células à morte precocemente. Isso ocorre em todos os tecidos desde a pele até o coração.

Como ele pode ser substituído?
Deve ser substituído por formas de açúcar natural que já vêm nas frutas (como a sacarose, frutose) , ou por formas mais naturais possíveis de adoçantes como a Stevia (derivado de planta nativa da América do Sul), o Xylitol (derivado do milho) e a Sucralose (derivado da cana de açúcar). Aconselho que se não houver outra opção, usar o açúcar mascavo ou mel.

O que acontece no organismo durante 30 dias sem açúcar?
Ocorre uma diminuição na produção de insulina durante esse período, levando a um menor estímulo por esse hormônio para estocar glicogênio e gordura. Por outro lado, a falta de glicose faz o organismo queimar mais glicogênio estocado no fígado e nos músculos e promove também lipólise, que é a queima das reservas de gordura no organismo.

É possível viver completamente sem açúcar?
Sim. Há milhares de anos até a época da Revolução Industrial o homem conseguia sobreviver sem a invenção do açúcar. De 400 anos pra cá, desde que começamos a extrai-lo da açúcar da cana de açúcar, é que temos essa impressão de que não seria mais possível viver sem ele. Isso não é verdade. Associo o açúcar a um dos maiores problemas que temos hoje em dia que é a epidemia de obesidade no mundo.

Com a Páscoa chegando, para quem não quer abrir mão do doce, quais seriam as opções mais saudáveis?
Existem chocolates com percentuais variáveis de cacau. Quanto maior o percentual de cacau e menor o percentual de gordura melhor é o chocolate em termos de índice glicêmico e de calorias contidas e mais saudável ele será. Os mais amargos, por conterem menores quantidades de gordura, e os diet, por conterem menor quantidade de açúcar na sua composição, constituem-se em opções mais saudáveis de chocolate. Outra opção que é mais saudável que o chocolate ao leite tradicional é a alfarroba. Enquanto o cacau possui até 23% de gordura e 5% de açúcar, a alfarroba possui 0,7% de gordura e um alto teor de açúcares naturais (sacarose, glicose e frutose), em torno de 38 a 45%.

Qual é a indicação de consumo de chocolate por dia?
Não existe uma indicação formal de nenhuma Sociedade Medica ou de Nutrição para consumo diário máximo de chocolate. Porém, a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera como ideal um consumo de até 62,5 gramas de açúcar (carboidratos) no total por dia, o que equivaleria no máximo ao consumo de 20 a 30 gramas por dia de chocolate( 3 a 4 quadradinhos).

Entre a alfarroba, 70% cacau, amargo e diet, qual é a melhor escolha?
Na minha opinião , a melhor escolha para manter-se saudável sem risco de ganho de peso seria o chocolate amargo. O chocolate amargo se caracteriza por conter um teor de cacau acima de 70% e pouco carboidrato.

Assista ao vídeo aqui: