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Priscilla Yokoi e a filha Manuela, de 7 meses || Créditos: Tomas Kolisch Jr./Divulgação

A bailarina Priscilla Yokoi é o nome por trás da Gala Clássica Internacional, evento anual com workshops, audições e espetáculos para crianças e jovens de comunidades carentes e deficientes visuais que têm o sonho de se tornar bailarinos. Na sua 5ª edição, que acontece entre 8 e 12 de dezembro, com as seletivas começando já neste mês por várias cidades do Brasil, o Gala se muda da cidade de Paulínia e vai para o Theatro Municipal de São Paulo pela primeira vez.

Já é de praxe a vinda de grandes bailarinos internacionais e, desta vez, quem vai acompanhar Priscilla é Danil Korsuncev, primeiro bailarino do Kirov Ballet na Rússia. Glamurama bateu um papo com Priscilla sobre o projeto e também sobre a rotina e tabus na vida de uma primeira bailarina, já que ela ocupa este posto na Cia Brasileira de Danças Clássicas, em São Paulo, depois de ter passado por companhias nos Estados Unidos e Chile.

Por Verrô Campos

Glamurama: Como nasceu o projeto da Gala Clássica Internacional?
Priscilla Yokoi: “Nasceu de um desejo de trazer para o Brasil o glamour e a elegância do balé clássico no exterior. Desejo de que crianças tivessem acesso fazendo um intercâmbio sem sair do país. O balé é caro. Estas crianças nunca viram um bailarino internacional dançar ou entraram em um teatro, aqui só existem concursos pagos.”

Glamurama: E agora vocês estarão no Theatro Municipal de São Paulo…
Priscilla Yokoi: “Sim, é uma realização sem igual, os olhos da America do Sul estão todos voltados para cá [São Paulo] e ainda por cima é a minha casa.”

Glamurama: Você hoje, aos 32 anos, tem uma bebê pequena. Gravidez e maternidade são tabus para bailarinas?
Priscilla Yokoi: “Tenho uma menina de 7 meses, a Manuela. As bailarinas costumam, ou não ter filhos, ou ter depois dos 40 anos. Acho que isso é um tabu. Se tivesse me casado antes, teria tido filho ainda mais cedo. A gente volta rápido, principalmente as bailarinas, que têm um corpo que não é sedentário, rico em musculatura. Engordei 24 quilos, comi tudo o que não comi a vida inteira [risos] e emagreci 28 quilos em 4 meses. Passa tão rápido! Minha bebê vai comigo onde eu vou.”

Glamurama: Existe uma pressão por parte das companhias de dança para que as bailarinas – principalmente primeiras bailarinas- não engravidem?
Priscilla Yokoi: “Não, até porque na minha companhia (Cia Brasileira de Danças Clássicas) eu sou registrada, tenho meus direitos como qualquer outro trabalhador.”

Glamurama: Você poderia citar uma grande aposta sua na dança que tenha saído do Gala?
Priscilla Yokoi: “Um menino de 16 anos chamado Rafael, ele é da comunidade de Heliópolis, em São Paulo. Hoje ele é aluno da escola do Bolshoi em Joinville; do Gala para lá saíram pelo menos uns 20 alunos. Eu acredito que no futuro ele estará em uma grande companhia de balé.”

Aperte o play para o vídeo da última edição do projeto.

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