Balaio de emoções
Tempos corridos esses… Muito tenho lido sobre falta de tempo, que o tempo é a coisa mais cara hoje em dia etc etc. Sabe o quê? Acho tudo… verdade. Verdade verdadeira. Eu sou mais uma das que sofrem desse mal do século 21. Só que sem grandes reclamações – apenas um pedido de desculpas, mais um, por minhas ausências: tive semanas movimentadas. Muito. De verdade. Tanto que não estou conseguindo acompanhar o ritmo das coisas. Tento acompanhar, sim. Mas sou meio contemplativa… E, às vezes, me perco. Apesar de elétrica, preciso de um “time” – tempo em inglês… – para digerir as coisas. Principalmente as boas. Para mim, escrever é tudo o que eu gosto, que preciso. E por incrível que pareça, é justamente para isso que meu tempo está faltando. Mas quero dizer uma coisa: tenho muito o que falar. Muito. Quero falar de sonhos impossíveis – eu quero ter um. Sinto até que preciso. Por favor, um sonho impossível para mim, urgente! Quero falar de um senhorzinho de 86 anos que encontrei na ante-sala de meu analista… Sim, ele faz análise – aos 86 anos. Será que eu vou ser assim? Divã até os 86? Posso dizer uma coisa? Tomara que sim. Tomara que eu chegue aos 86. E mais: cheia de curiosidades, dúvidas e questões… a resolver! Que loucura… Quero falar também da magia de se dançar em roda… Qualquer dança mesmo que moderna. A roda é mágica. Quero falar de casais que voltam a ficar juntos, e muito felizes, diga-se de passagem, depois de anos e anos separados, casados com outros até. Noves fora: tive muitas experiências, muitas sensações novas, incríveis, fundamentais, inéditas. Todo esse agito me faz sentir muito viva. Cansada, ansiosa, às vezes angustiada… mas viva. E feliz.
Coluna de Joyce do dia 28 de abril