A Bahia está de luto com a partida de Maria Stella de Azevedo Santos, mais conhecida como Mãe Stella de Oxóssi, que morreu nessa quarta-feira aos 93 anos. Considerada uma das mais importantes ialorixás do país, estava internada desde o dia 14, quando deu entrada no hospital com uma infecção. Seu corpo está sendo velado nesta sexta-feira na Câmera de Vereadores da cidade de Nazaré, no Recôncavo Baiano, onde ela vivia desde 2017. O enterro está marcado para as 16h, no Cemitério Municipal de Nazaré. O velório é aberto ao público.
Mãe Stella nasceu no dia 2 de maio de 1925, em Salvador. Aos 13 anosl, conheceu o terreiro de mãe Aninha, a fundadora do terreiro Ilê Axé Opô Afonjá. Enfermeira por formação, exerceu a profissão durante 30 anos. Em 1976, aos 51 anos, foi escolhida pelos orixás para ser a nova líder do terreiro de São Gonçalo do Retiro. Mãe Stella foi a quinta ialorixá a comandar o Ilê Axé Opó Afonjá. Em 1999, ela conseguiu que o terreiro fosse tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Foi lá que intelectuais como Pierre Verger foram iniciados ao candomblé. Seu livro “Orixás, Deuses Iorubás na África e no Novo Mundo”, que retrata os cultos aos deuses Iorubás nos países de origem traz prefácio assinado por Mãe Stella.
Mais do que uma sacerdotisa de um dos mais importantes terreiros de candomblé do país, Mãe Stella de Oxóssi simboliza o resgate cultural de um povo. Abaixo, sequência de fotos de Mãe Stella colocando o ojá, o pano de cabeça do candomblé, feitas por Antonello Veneri.
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