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Nicole Bahls está isolada em seu sítio | Créditos: Instagram

“Ai que tudo, vou aparecer no Glamurama.” Foi assim que começou nosso divertido papo com Nicole Bahls, que ganhou os holofotes como parte do elenco do “Pânico”, do qual participou  de 2009 a 2014. Mesmo depois da saída do programa, Nicole manteve o hype e se tornou figurinha repetida nos realities shows, tendo participado de dois deles na Record: “A Fazenda” (2012), e “Power Couple” (2019), em que foi campeã ao lado do marido, o ator e modelo Marcelo Bimbi, com quem é casada desde 2018.

Com a pandemia, as presenças vips diminuíram, segundo a mesma, mas o trabalho continua e atualmente ela tem se dedicado ao seu sítio, em Itaboraí, no Rio de Janeiro. Quem não foi impactado pelos stories em que ela conta que cultivou uma Costela-de-adão de plástico?

Aos 35 anos, com a autenticidade da menina que surgiu em um programa de humor “trash”, Nicole mantém sua rede de fãs, além de mostrar autoconfiança de uma mulher que sabe o que quer. Na conversa, a ex-panicat comenta sobre a pandemia, maternidade, assédio, feminismo e pressão estética. (por Baárbara Martinez)

G: Quais são os projetos para depois da pandemia?
NB: Estou muito focada nesses conteúdos do sítio. Eu quero, em um futuro próximo, fazer um reality show aqui. Tenho feito várias coisas por aqui já pensando nisso, algo com 16 participantes. Eu sou apaixonada por reality e já gastei todos os meus cartuchos, não tenho mais onde entrar. Eu amo! Acredito que quando fazemos algo com amor, que temos experiência e sabemos o que proporcionar de bom, têm muitas possibilidades de dar certo. Já pensei até no acesso da produção, se precisar de uma equipe de 150 pessoas consegue fácil acesso aqui porque não é um condomínio. Pensei em tudo isso quando comprei o sítio.

G: Você precisa criar um quadro com as dicas que tem dado no Instagram, como das plantas e paqueras.
NB: Vou fazer, vou criar. Vou deixar as mulheres bandidas. Tem que ter os truques com os homens que acabam ficando aguçados e tomam a iniciativa. Tem que fazer o jogo da sedução, a não ser que esteja com pressa. Tudo depende do tempo que a pessoa tem para perder com aquela paquera, eu acho.

G: Teria alguma outra dica que não comentou sobre as táticas para paquerar?
NB: Nunca deixar o bofe desligar o telefone primeiro, sempre fazer a “ocupada” para se valorizar, senão parece que está disponível fazendo com que ele se sinta o ‘alimento do mundo’. Outra dica para a vida: quando o bofe for terminar com você, diz que já estava pensando nisso, que realmente precisam desse tempo, só que não sabia como abordar o assunto e que foi bom ele ter falado. Mesmo que esteja apaixonada, que vá para casa chorando, esperneando, vomitando, morrendo…Se fizer isso, no outro dia o bofe está rastejando. É infalível!

Glamurama: Conta mais para a gente sobre aquela história da Costela-de-adão que viralizou nas redes sociais, em que você confessou que estava cuidando de uma planta de plástico. Como foi isso? 
Nicole Bahls: Eu comprei a Costela-de-adão porque meus amigos indicaram por estar na moda. Com essa coisa de pandemia, não tem nada para fazer, então estou com o costume de ficar comprando mudas pela internet na parte da noite. Fiquei fuçando plantas para o sítio e durante a pesquisa vi mudas de Costela-de-adão e comprei. No anúncio não estava especificando que era de plástico. Depois fui olhar e pensei: ‘Será que era golpe?’ Até que vi  nas descrições a composição do material. A planta veio com raiz, normalmente as artificiais não vêm desse jeito, por isso plantei. Quando vi que não crescia, quase que mandei o jardineiro embora. Se eu não visse, ele ia ficar molhando a planta por mais de um mês. Estava achando que a Costela-de-adão era anã (risos).

G: Além dos vídeos, o que mais você tem feito durante a pandemia?
NB: Estou trabalhando bastante, fazendo publipost, gravando programas de televisão, campanhas. Não parei, mas diminuiu muito os trabalhos por causa da área de eventos. Não estou fazendo presença vip no momento. Não podemos incentivar a aglomeração e eu tenho muito medo da Covid-19, até pelo que aconteceu com o Paulo Gustavo. Acho que nós, artistas, estamos com mais medo ainda dessa história da vacina que não chegou a tempo. Eu tenho ficado muito no sítio e tenho trazido muitos trabalhos para o home office para evitar ao máximo o contato com as pessoas. Tenho evitado ir ao mercado, estou fazendo compras pela internet, só vou uma vez ou outra. Eu era a louca da farmácia, do mercado, amo, mas depois do Paulo [Gustavo] diminui essa idas.

G: O que sente falta da vida antes da pandemia?
NB: De ir em shows. Sinto muita falta da minha mãe, fico até ansiosa com isso. Como ela não tomou a segunda dose da vacina, e é cardíaca, faz quase um ano e meio que a gente não se vê. Nos falamos todos os dias, mas não é a mesma coisa do que abraçar, sentir o cheiro, almoçar junto. Até fico com medo, tem tudo para dar zebra com a gente, fico pensando: ‘não acontece com ninguém, mas comigo, vai acontecer’.

G: Você é uma pessoa que pensa no futuro ou vive mais o presente?
NB: Eu fico com medo das coisas, não sou muito corajosa. Eu amo a vida, amo viver, tudo que coloca minha vida em risco fico com medo. Se até com o Ayrton Senna deu zebra, que tinha tudo para ter segurança, aconteceu… Não confio muito, mesmo que digam que é seguro. Acho que é por conta do trabalho no “Pânico” que sempre teve muita adrenalina. Com 20 anos eu pensava menos, agora com 30 avalio mais.

G: Você comentou sobre o “Pânico”, amadureceu desde a época do programa? O mundo mudou, a internet ganhou ainda mais força. Você acha que a atração seria aceita nos dias de hoje?
NB: Eu acho que a maioria ali seria cancelado porque tinha umas brincadeiras que já na época não eram legais, e hoje as pessoas estão mais atentas para as questões que machucam. Sempre levei para um lado do humor, acho que a Sabrina [Sato] também, mas quando passa a ser agressivo, deixa alguém triste, passa a não ser legal. Não adianta fazer 90 pessoas sorrirem e uma sofrer muito, precisa ser saudável. Eu sou a favor do que tem acontecido, dessas lutas, dessas militâncias, isso é importante. A gente não pode achar a militância algo chato. Acredito que a internet melhorou muito nos quesitos a favor do LGBTQIA+, sobre racismo, gordofobia… Você não quer fazer o outro sofrer. Tem também os haters que machucam, mas ser uma pessoa pública e servir de exemplo ferindo os outros não é algo bacana. Eu sou muito grata ao ‘Pânico’, mas na atualidade todos nós teríamos que nos reformular.

G: Ex-panicats vieram a público relatar casos de assédio. Você presenciou algo ou passou por alguma situação como essa? 
NB: Comigo nunca aconteceu nada, pelo contrário, todos me tratavam como se fossem da minha família. Nunca me fizeram nada para me deixar triste. Durante a gravação, se houvesse algo que eu não quisesse fazer, eu poderia falar “não” e outras meninas na hora gravariam. Tudo na vida tem opção. A gente passa o que permite passar. Eu nunca fui forçada a nada e nunca houve falta de respeito. O programa foi um divisor de águas na minha vida, devo muito a ele.

G: Se considera feminista?
NB: Sim, sou muito preocupada, muito a favor da independência, das mulheres dominarem os homens, de colocá-los no lugar deles. Os homens podem estar perto para somar, para deixar a gente feliz, mas não para fazer a gente triste um dia sequer. Minhas amigas chegam para mim e comentam sobre relacionamentos, digo que se o homem traz paz ‘ok’, mas se deixou triste está na hora de repensar. Eles não podem tirar uma noite do nosso sono.

Venho de uma família em que a minha mãe, com três filhos, ficava muito em cima, não deixava a gente na casa das pessoas com medo do que podia acontecer. As mães, às vezes, arrumam namorados e tem que prestar a atenção, não pode deixar dar banho nas filhas pequenas. Isso tem que vigiar, por mais que confie e ame a pessoa responsável. Não deixe com padrasto, com primo, com tio, não deixe. Eu não tenho muito conhecimento sobre o que é ser feminista, mas posso dizer que sou protetora e a favor das mulheres sempre, para o que for.

G:  Na época do “Pânico” sentia pressão para estar nos ‘padrões’ estéticos?
NB: Eu sentia a pressão comigo mesma. A cobrança era minha. O diretor do programa, às vezes, dava uma cobradinha de leve, quando estava meio barriguda. “Se ele percebeu, todo mundo está vendo”, pensava. A partir disso já diminuía a alimentação, mas não era um sacrifício. Sempre pensei no lado saudável, ao invés de ficar comendo chocolate e fritura, eu procurava algo saudável.

G: Você não saiu da dieta na quarentena?
NB: Nossa senhora, sai muito! Eu como doce, e outra, nesse friozinho toda hora dá vontade de comer um negócio. Eu fico apavorada! O segredo sempre é deixar uma balança na cozinha. Todo dia quando acordo já dou uma passada na balança porque, se você engordou dois quilos, já sabe que no outro dia tem que segurar mais a boca, que não pode comer tanto doce. Se relaxar 10 dias longe da balança, no meu caso, já vou subir com uns sete quilos. Engordo fácil, mas emagreço fácil, então costumo ‘visitar’ a balança.

G: Você comentou recentemente que seu casamento com Marcelo Bimbi se fortaleceu durante a pandemia, indo contramão de tantos casais que se separaram. Qual é o segredo?
NB: Estamos fazendo obra, muita ocupação para a cabeça, então nem dá tempo de procurar pelo onde não tem. Como fomos para o “Power Couple” [reality da Record TV], ficamos 90 dias confinados, então a gente foi se acostumando a ficar grudadinho. Esse ‘pré-convívio’ forçado no reality foi um preparo para a pandemia. O Marcelo é muito tranquilo.

G: Você relatou nos últimos tempos que tem planos de ser mãe. Como está esse projeto?
NB: Estou meio confusa ainda. A pandemia dá vontade de engravidar, óbvio. Você pensa que vai engravidar durante o isolamento e quando o mundo voltar ao normal o bebê já vai estar no colo. Fico receosa porque ainda acho que tenho que trabalhar bastante, fico com medo de não ter uma vida estabilizada para ficar mais tempo com o bebê nos primeiros anos.

O Marcelo já tem um filho, o Vicenzo, e me dou superbem com ele e a mãe dele, a Jéssica, e isso acalma um pouco o coração dele. Quando o marido não tem filho fica uma cobrança maior. Eu posso matar a vontade de ser mãe também, tenho sobrinhos, têm crianças aqui no sítio também.

G: Para você é tranquilo ficar no meio do mato?
NB: Sou acostumada. Na infância, minha família tinha o costume de ficar no sítio. Por isso, não sinto muita falta da cidade, consigo me adaptar facilmente nos dois lugares. Com a pandemia, tenho mais afazeres aqui no sítio.

 

 

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